Segundo uma nota da presidência angolana, além de João Lourenço, mediador designado pela União Africana, a cimeira contará com a participação dos chefes de Estado do Ruanda, Paul Kagame, e da RDCongo, Félix Tshisekedi.
Na semana passada, a RDCongo e o Ruanda chegaram a um acordo sobre um plano para desmantelar o grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), fundado por hutus ruandeses exilados após o genocídio.
O plano foi aprovado por representantes dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países após uma reunião na capital angolana, que medeia o conflito, informou a estação de rádio Okapi.
Trata-se de um passo fundamental no caminho para a paz no leste da RDCongo, onde operam dezenas de grupos rebeldes, já que o fim das FDLR é uma exigência do Governo ruandês, que colabora com o Movimento 23 de Março (M23), que está em conflito com o exército regular congolês.
Embora as autoridades ruandesas neguem a alegada colaboração de Kigali com o M23, este facto foi confirmado pela ONU.
Por sua vez, o Ruanda e o M23 acusam o exército congolês de cooperar com os rebeldes das FDLR, fundadas em 2000 por líderes do genocídio de 1994 e por outros ruandeses (hutus) exilados na RDCongo para recuperar o poder político no seu país, colaboração também confirmada pela ONU.
Em 30 de julho, as delegações da RDCongo e do Ruanda assinaram em Luanda um acordo de cessar-fogo entre as Forças Armadas da RDCongo (FARDC) e o M23, que entrou em vigor na madrugada de 04 de agosto e que foi violado em várias ocasiões.
A atividade armada do M23 foi reativada em 2022 após anos de relativa calma e, desde então, o grupo avançou em várias frentes para se posicionar perto da cidade de Goma, nas margens do lago Kivu, que ocupou durante dez dias em 2012.
Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de paz da ONU no país.
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