Rússia espera que crise na Coreia do Sul não desestabilize península coreana

A Rússia declarou hoje esperar que a crise política na Coreia do Sul, causada pela breve imposição da lei marcial na terça-feira, não desestabilize toda a península coreana.

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© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Lusa
04/12/2024 10:25 ‧ há 9 horas por Lusa

Mundo

Maria Zakharova

"Estamos a acompanhar com preocupação os trágicos acontecimentos que ocorrem na Coreia do Sul e esperamos que não afetem a situação sócio-política na península coreana como um todo", declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, durante uma conferência de imprensa.

 

Na sequência do seu ataque à Ucrânia lançado em 24 de fevereiro de 2022, Moscovo aproximou-se significativamente da Coreia do Norte, país que é inimigo da Coreia do Sul e do seu aliado Estados Unidos.

Já o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, saudou hoje a decisão do Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, de levantar a lei marcial decretada na terça-feira no país, apelando ainda ao respeito ao estado de direito.

Na terça-feira à noite, Yoon comunicou ao país a imposição da lei marcial para "erradicar as forças a favor da Coreia do Norte e proteger a ordem constitucional" das atividades "anti-estatais", tendo acusado o principal bloco da oposição, o Partido Democrático (PD).

Poucas horas depois, o Presidente suspendeu a lei marcial, depois de o parlamento da Coreia do Sul ter revogado a decisão, numa sessão plenária extraordinária convocada numa altura em que milhares protestavam nas ruas de Seul.

O PD anunciou, entretanto, que vai apresentar esta quinta-feira uma moção de censura ao Presidente, depois de os partidos da oposição terem ameaçado iniciar um processo de destituição contra o chefe de Estado se este não se demitisse.

"A declaração de lei marcial de Yoon é uma clara violação da Constituição. É um grave ato de rebelião e uma razão perfeita para um julgamento político", lê-se num comunicado emitido pelo referido partido, acrescentando que o líder "não cumpriu com nenhum dos requisitos" estipulados pela Constituição para declarar a lei marcial.

Até ao momento, pelo menos 10 conselheiros do Presidente demitiram-se, incluindo o seu chefe de gabinete presidencial, Chung Jin-suk, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap. O conselheiro de segurança nacional, Shin Won-sik, e o chefe do gabinete presidencial para as políticas, Sung Tae-yoon, também apresentaram as suas demissões.

Leia Também: Ministro da Defesa da Coreia do Sul assume culpa e apresenta demissão

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