As informações sobre as movimentações no terreno foram obtidas pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental com sede em Londres e que dispõem de uma vasta rede de contactos na Síria.
Nas últimas horas, os rebeldes liderados pelos extremistas islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham (HTS) "entraram nas cidades de Rastan e Talbisseh", situadas na província de Homs, na ausência total das forças do regime, acrescentou o OSDH.
De acordo com as mesmas informações, as forças extremistas estão hoje "a cinco quilómetros de Homs".
A mesma organização indicou ainda que a população civil abandonou a cidade de Homs na quinta-feira depois de os extremistas terem capturado a cidade estratégica de Hama, situada nas proximidades, numa ofensiva que representou um duro golpe para o governo de Bashar al-Assad.
Hama, situada a sul de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, controla a estrada para Homs, cerca de 40 quilómetros a sul, e para a capital Damasco.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos indicou ainda que se registaram ataques aéreos na autoestrada Al-Rastan, na rota Hama-Homs, à medida que as forças islâmicas avançavam.
Na quinta-feira à noite, dezenas de milhares de habitantes de Homs, principalmente membros da comunidade alauita (a que pertence o Presidente sírio), foram vistos a fugir em direção à costa ocidental, segundo o OSDH.
Em 27 de novembro, os rebeldes liderados pelos extremistas islâmicos do Hayat Tahrir al-Sham lançaram uma ofensiva surpresa a partir do reduto em Idlib (noroeste), tomando dezenas de cidades e a maior parte de Alepo (norte) e Hama.
As hostilidades fizeram mais de 800 mortos, segundo a organização não-governamental.
O ministro da Defesa sírio, Ali Abbas, afirmou na quinta-feira que a retirada das tropas governamentais de Hama foi "uma medida tática temporária".
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