"É necessário evitar a repetição dos cenários horríveis no Iraque, Líbia e Afeganistão, preservar a integridade territorial da Síria e a sua soberania", disse Kaja Kallas, durante uma audição no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
No entanto, a Alta-Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança não fez referência aos bombardeamentos israelitas durante a madrugada de terça-feira a várias posições militares, mas também aeroportos civis.
Kaja Kallas, ex-primeira-ministra da Estónia, considerou que a queda do regime de Bashar al-Assad, o último Presidente de uma família que controlou o país durante 50 anos, "é a oportunidade para abordar décadas de violações dos direitos humanos".
"Vítimas do regime" que "pagaram um grande preço pela luta pela liberdade", acrescentou a chefe da diplomacia europeia.
Considerou que a transição político-social "vai apresentar grandes desafios", não só para a Síria, mas também para a região do Médio Oriente, e evitar a "ressurgência de extremistas".
Em simultâneo com a posição do secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte (ex-primeiro-ministro dos Países Baixos), Kaja Kallas disse que a queda da ditadura síria é um "duro golpe" para o Presidente russo, Vladimir Putin, e para o regime iraniano -- os principais apoiantes da família de Bashar al-Assad.
A ofensiva que derrubou o regime de Damasco no passado domingo começou nestes territórios sob domínio turco, embora Ancara negue o envolvimento direto na ação militar.
A operação começou a 27 de novembro e foi liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por países como os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e ainda a União Europeia.
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