"Recebemos uma proposta completamente disparatada de Bruxelas para incluir o ministro do Interior da Geórgia e dois altos responsáveis da polícia na lista de sanções da UE", declarou Szijjártó à comunicação social em Budapeste, afirmando que a Hungria se opõe à medida e que "naturalmente" a vetará.
O chefe da diplomacia húngara, que hoje se reuniu em Budapeste com a homóloga georgiana, Maka Bochorishvili, disse que a "corrente liberal" dominante em Bruxelas está a fazer tudo o que pode para afastar a Geórgia da UE.
"O Parlamento Europeu aprovou recentemente uma resolução em que fala de uma nação inteira de uma forma praticamente humilhante", acrescentou Szijjártó.
Bochorishvili, por seu lado, apelou para que nas negociações agendadas para a próxima semana em Bruxelas se analise a situação na Geórgia "de uma forma objetiva".
"A Geórgia tem demonstrado desde 2014 que é um parceiro empenhado da UE", afirmou a ministra.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE deverão analisar sanções contra a Geórgia numa reunião que se realizará a 16 de dezembro.
O Governo de Tbilissi anunciou a 28 de novembro a suspensão até 2028 do diálogo sobre a integração da Geórgia na União Europeia, o que desencadeou protestos em grande escala em todo o país, que prosseguem, apesar da repressão.
"Vemos as pessoas nas ruas. Ouvimos as suas vozes. Estamos consternados com a violência. Isto é completamente inaceitável", afirmou hoje o embaixador da UE em Tbilissi, Pawel Herczynski, referindo-se à forte repressão dos protestos europeístas.
Segundo defensores dos direitos humanos, cerca de 400 pessoas foram detidas durante as manifestações e mais de 300 delas foram vítimas de violência policial.
Também ficaram feridos mais de 50 jornalistas, o que foi denunciado pelas associações de imprensa internacionais e pela sociedade civil do país caucasiano.
As autoridades georgianas informaram que 150 polícias sofreram ferimentos em confrontos com manifestantes nos primeiros dias dos protestos.
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