George Carey, que foi arcebispo da Cantuária entre 1991 e 2002, demitiu-se depois de uma investigação daquele canal ter descoberto que permitiu que um padre que tinha sido banido por acusações de abuso sexual regressasse ao sacerdócio.
A sua carta de demissão, enviada em 04 de dezembro, dizia que estava ativo no ministério desde 1962 e a completar 90 anos. A carta não mencionava a investigação da BBC.
Segundo a estação, Carey concordou em permitir que um padre, David Tudor, voltasse a trabalhar na igreja, em 1994, depois de ter sido suspenso do ministério durante cinco anos por acusações de abusos a adolescentes.
Alguns documentos sugerem que Carey defendeu que Tudor arranjasse um emprego numa diocese, relatou a BBC.
A demissão de Carey ocorreu num momento em que outro clérigo sénior, que deveria assumir o comando temporário da Igreja de Inglaterra, enfrentou apelos para se demitir devido à forma como lidou com o caso de Tudor.
O arcebispo de York, Stephen Cottrell, terá permitido que Tudor permanecesse no seu posto, apesar de saber que tinha sido proibido pela igreja de estar sozinho com crianças e pagou uma indemnização a um dos seus acusadores.
Tudor foi afastado do ministério para sempre em outubro, depois de ter reconhecido que teve relações sexuais com duas adolescentes, de 15 e 16 anos, na década de 1980.
Cottrell deverá assumir no próximo mês o cargo de chefe espiritual da Igreja, substituindo o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, que se demitiu em novembro devido à forma como lidou com acusações de abuso sexual distintas.
O Arcebispo de Cantuária é líder espiritual da Comunhão Anglicana global, que conta com 85 milhões de fiéis em 165 países. Foi dilacerado por opiniões fortemente divergentes sobre questões como os direitos dos homossexuais e o lugar das mulheres na Igreja.
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