"O compromisso das forças armadas sudanesas para com o seu povo é o de recuperar e limpar cada centímetro que foi profanado pela milícia de Dagalo e pelos seus mercenários", declarou Abdelfatah al Burhan, num comunicado, referindo-se ao líder das FAR, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como 'Hemedti'.
O general reagia à tomada da cidade estratégica de Wad Madani, a capital do estado de Jazira, numa grande ofensiva realizada ontem pelo exército para retomar o local, que estava na posse dos paramilitares desde dezembro de 2023.
Numa mensagem áudio publicada ontem na sua conta do Telegram, 'Hemedti' reconheceu a vitória das forças armadas e disse que as FAR perderam "uma batalha, mas não a guerra", indicando que as suas forças precisam de se reorganizar para lançar uma nova ofensiva.
"Há uma cura para todas as doenças, incluindo os drones", disse o líder paramilitar, que afirmou que os seus combatentes têm capacidade e armas para continuar a lutar durante mais de duas décadas.
Esta semana, os EUA acusaram as FAR e outras milícias aliadas de cometerem atos de genocídio no decurso da guerra no Sudão, o que levou Washington a impor sanções também contra 'Hemedti'.
Nos últimos dias, o exército sudanês lançou várias ofensivas para recuperar o controlo das zonas próximas da capital aos paramilitares, que continuam a manter uma forte presença no sul do país e na vasta região ocidental de Darfur, o seu principal reduto.
A guerra no Sudão matou dezenas de milhares de pessoas e obrigou mais de 14 milhões a fugir das suas casas, tornando o país no palco da pior crise de deslocados do mundo, segundo as Nações Unidas.
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