Este foi o segundo ataque aéreo acidental contra civis desde que o Exército bombardeou duas aldeias no dia de Natal, enquanto atacava 'jihadistas' no estado vizinho de Sokoto, adiantou a agência hoje France-Presse.
Na rede social X, a Amnistia Internacional adiantou que o ataque terá provocado 20 mortos e defendeu que as autoridades nigerianas "devem conduzir uma investigação imediata e imparcial" sobre esse incidente ocorrido no sábado à noite.
"Dezenas de feridos estão atualmente em estado crítico e não têm acesso a cuidados médicos", lamentou ainda organização não-governamental.
O Exército nigeriano está a combater grupos criminosos conhecidos localmente como bandidos, que há anos aterrorizam comunidades no noroeste e no centro da Nigéria, invadindo aldeias, matando e raptando os seus residentes e queimando as casas, depois de as saquearem.
No final de sábado, um avião militar atingiu um grupo de moradores, mobilizado em várias aldeias vizinhas para enfrentar os grupos armados que atacaram a aldeia de Dangebe, no distrito de Zurmi, levando gado e queimando casas, adiantaram os habitantes locais.
Os residentes estavam a regressar às suas aldeias depois de "expulsarem os bandidos que atacaram Dangebe, quando o caça os bombardeou ao chegarem à aldeia de Tungar Kara", disse Sa'idu Ibrahim, um dos residentes citado pela France-Presse.
"Recuperámos 16 corpos e levámos várias outras pessoas gravemente feridas para o hospital", adiantou.
Esta não é a primeira vez que o Exército nigeriano causa vítimas civis ao combater grupos criminosos ou jihadistas.
Em dezembro de 2023, um ataque aéreo atingiu por engano uma reunião de fiéis muçulmanos em Tudun Biri (estado de Kaduna, noroeste), matando pelo menos 85 pessoas.
Já em janeiro de 2017, pelo menos 112 pessoas morreram quando um caça atingiu um campo que albergava 40 mil pessoas deslocadas pela violência 'jihadista' em Rann, perto da fronteira com os Camarões.
Leia Também: Grupo armado mata 21 milicianos e 'vigilantes' na Nigéria