ONU acusa Israel de uso ilegal de força letal na Cisjordânia

A ONU acusou hoje Israel de empregar "métodos de guerra" e usar ilegalmente força letal em Jenin, na Cisjordânia.

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Lusa
24/01/2025 11:34 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"As operações israelitas mortais dos últimos dias levantam sérias preocupações sobre o uso desnecessário ou desproporcionado da força", admitiu o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Thameen Al-Kheetan.

 

O exército israelita lançou, no início da semana, uma grande operação contra o campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.

Apoiados por escavadoras, aviões e veículos militares blindados, os soldados avançaram com uma operação denominada 'Muro de Ferro' na terça-feira, dois dias após o início de um cessar-fogo na Faixa de Gaza entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.

As operações israelitas "levantam sérias preocupações sobre o uso desnecessário ou desproporcionado da força, incluindo métodos e meios desenvolvidos para a guerra, em violação da lei internacional dos direitos humanos, normas e padrões aplicáveis às operações de manutenção da paz", acrescentou Al-Kheetan.

O Alto Comissariado confirmou que, desde terça-feira, foram mortos pelo menos 12 palestinianos e 40 ficaram feridos pelas forças de segurança israelitas, sendo que "a maioria estava aparentemente desarmada".

Entre os feridos estão um médico e dois enfermeiros, segundo a organização humanitária Crescente Vermelho Palestiniano, destacou a ONU, que pede uma investigação independente que responsabilize os líderes da operação.

"Ao falhar consistentemente, ao longo dos anos, a responsabilização dos membros das suas forças de segurança por assassinatos ilegais, Israel não só viola as suas obrigações ao abrigo do direito internacional, como também corre o risco de encorajar a repetição desse tipo de homicídios", referiu o porta-voz.

O chefe dos serviços de informações internos de Israel (Shin Bet), Ronen Bar, sugeriu, na quinta-feira, que a operação contra a cidade de Jenin faz parte da guerra contra o Hamas.

"Estamos numa guerra com várias etapas. Agora é a hora da Samaria", disse durante uma visita à área, onde usou o nome bíblico para o norte da Cisjordânia em comentários partilhados pelo exército.

Leia Também: Cessar-fogo em risco com ameaça de permanência israelita no Líbano

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