Moçambique falha meta de vacinação contra sarampo "devido a protestos"

As autoridades de saúde em Nampula, norte de Moçambique, vacinaram cerca de 1,8 milhões de crianças contra o sarampo e a rubéola, número abaixo do previsto devido aos protestos pós-eleitorais, disse hoje à Lusa fonte oficial.

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Lusa
11/02/2025 11:41 ‧ há 4 horas por Lusa

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Moçambique

"Este resultado foi possível devido ao desempenho de todos os intervenientes envolvidos neste processo, não obstante as várias adversidades que a província atravessou, aliado ao contexto político das manifestações, cujas atividades eram realizadas com alguma timidez, sobretudo nas áreas onde houve registo de casos como Eráti, Lalaua, Moma, Mogovolas entre outros", disse à Lusa Samuel Carlos, representante do Serviço Provincial de Saúde de Nampula.

 

Entre 09 e 14 de dezembro, o setor da saúde realizou uma campanha de vacinação massiva contra o sarampo e rubéola nos 23 distritos da província de Nampula, após o registo de 11 mortos devido às doenças.

Segundo Samuel Carlos, previa-se a vacinação de um total de 2.024.840 para cortar a cadeia de transmissão das doenças, mas foram vacinadas apenas 1.803.808, número que o responsável considera "satisfatório", apesar das dificuldades decorrentes das manifestações que ocorrem desde outubro no país.

"Nós estamos expectantes de que realmente tenhamos feito o bloqueio para que não tenhamos casos registados por sarampo. E o nosso apelo é que continuemos a divulgar mensagens sobre a necessidade dos pais e encarregados de educação levarem as crianças (...) aos postos mais próximos para que possam beneficiar não apenas da vacina contra sarampo e rubéola, mas [também] de outras", disse o responsável.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

Leia Também: Países africanos representam 40% da população mundial de crianças-soldado

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