Os 1.500 yuan (cerca de 220 euros) que o casal recebeu fazem parte dos esforços do governo para aumentar a taxa de natalidade, prevendo-se que a população da China caia pelo terceiro ano consecutivo em 2024.
Este montante, embora modesto para os padrões chineses, representa cerca de metade do salário médio em Lüliang.
"Penso que esta política é eficaz" para estimular os casamentos, garantiu Zhang Gang, o noivo, à agência France-Presse (AFP), acrescentando que os amigos tiveram a mesma opinião.
O número de casamentos na China caiu mais de 20% no ano passado, mostraram as estatísticas oficiais na segunda-feira.
Os jovens chineses estão cada vez mais relutantes em casar, devido ao custo económico, principalmente da educação dos filhos, mas também ao mercado de trabalho que se tornou mais difícil e está a atrasar o estabelecimento dos casais.
Quando o bónus de Lüliang foi anunciado no ano passado, muitos internautas acharam que a ajuda era demasiado modesto quando comparado com o custo de vida.
O prémio, reservado a mulheres com menos de 35 anos, faz parte de uma série de medidas tomadas pela cidade. Também oferece assistência social com registo de bebés e questões de saúde.
No cartório de registo de casamentos de Lüliang, na quarta-feira, feriado tradicional chinês, um fluxo constante de casais usufruiu do bónus, que entrou em vigor em 01 de janeiro.
Perante o fluxo, o gabinete fica por vezes sem dinheiro, contou à AFP Wang Yanlong, de 36 anos, que veio receber o bónus depois de se ter casado no início de janeiro.
A casamenteira profissional Feng Yuping, que reúne homens e mulheres compatíveis, apontou à AFP que tem dúvidas sobre a eficácia da medida.
A maioria dos seus clientes são mulheres. E diz que está a lutar para encontrar um marido para elas.
"Um homem com um mestrado a trabalhar para uma empresa estatal", uma posição invejável na China, "não se interessará por uma mulher que trabalhe no serviço público, mesmo que ela tenha um mestrado", contou Feng, de 48 anos.
"A visão de alguns homens sobre o casamento ainda é problemática", acrescentou.
As mulheres têm geralmente melhor educação e melhores empregos, mas são rejeitadas por causa da idade.
"Às vezes, [as mulheres] estão menos interessadas no casamento. E depois há poucos homens bons", explicou ainda.
Como o casamento é um passo essencial antes de ter filhos na China, a queda do número de casais leva automaticamente à queda dos nascimentos.
Segundo Feng, jardins de infância em Lüliang foram obrigados a fechar devido à falta de crianças.
Em toda a China, o envelhecimento populacional é uma grande preocupação do governo.
O condado de Shangyou, na província central de Jiangxi, por exemplo, oferece assistência financeira a qualquer família com um segundo ou terceiro filho.
Em Tianmen, na vizinha Hubei, os pais com três filhos podem receber um máximo de 165.000 yuan (21.700 euros) de ajuda.
De acordo com os meios de comunicação social locais chineses, estas medidas levaram a um aumento de nascimentos na cidade em 2024.
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