"Estamos chocados com este ataque ultrajante contra as forças de manutenção da paz que têm estado a servir para restaurar a segurança e a estabilidade no sul do Líbano durante um período difícil", afirma em comunicado a missão de manutenção da paz das Nações Unidas (ONU) no sul do Líbano (UNIFIL).
"Ataques aos soldados da paz são violações flagrantes do direito internacional e podem ser considerados crimes de guerra. Exigimos uma investigação completa e imediata pelas autoridades libanesas e que todos os perpetradores sejam levados à justiça", indica ainda a nota.
Também a coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, se pronunciou, considerando "inaceitável" este ato de violência "que ameaça a segurança da equipa das Nações Unidas que trabalha incansavelmente para manter a estabilidade no Líbano, às vezes com grande risco pessoal".
"Uma investigação completa e transparente deve ser realizada urgentemente para levar os perpetradores à justiça", instou.
O exército libanês interveio para dispersar os manifestantes e declarou, em comunicado, que o comandante interino, major-general Hassan Odeh, tinha contactado a UNIFIL e prometido "trabalhar para prender os cidadãos que atacaram os seus membros e levá-los à justiça".
Manifestantes têm bloqueado a estrada para o aeroporto e outras estradas da capital para protestar contra a decisão das autoridades libanesas de revogar a autorização de um avião de passageiros do Irão para voar para Beirute na quinta-feira, deixando dezenas de passageiros libaneses retidos.
A decisão de proibir o avião iraniano foi tomada depois de o exército israelita ter emitido um comunicado em que afirmava que o Irão estava a contrabandear dinheiro para o grupo militante Hezbollah através de voos civis.
A agência libanesa da aviação civil afirmou na quinta-feira que "medidas de segurança adicionais" implicavam que alguns voos fossem temporariamente reprogramados até 18 de fevereiro, o dia em que termina o prazo para Israel e o Hezbollah aplicarem integralmente o seu acordo de cessar-fogo, incluindo a retirada total das forças israelitas do sul do Líbano.
[Notícia atualizada às 22h30]
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