Fortalecimento de extrema-direita prejudica economia alemã, revela estudo

As propostas económicas da Alternativa para a Alemanha (AfD) são "altamente problemáticas", revela um novo estudo do Instituto Económico Alemão (IW), acrescentando que o seu fortalecimento prejudica o país como centro de negócios.

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Lusa
18/02/2025 19:16 ‧ há 4 horas por Lusa

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A AfD, partido de extrema-direita liderado por Alice Weidel, não desce dos 20% nas sondagens, tornando-se a segunda força mais votada pelos alemães. Os economistas que conduziram o estudo, encomendado pela iniciativa "Diversidade é o Futuro", alertam para as consequências da subida de votos na extrema-direita.

 

Nenhum outro partido prevê uma redução de impostos tão grande como a AfD, que anuncia, no seu programa eleitoral, uma diminuição de 181 mil milhões de euros, o equivalente a 20% do total das receitas fiscais.

"Isto limitaria fortemente a capacidade de ação do Estado", pode ler-se nas conclusões do estudo, assinalando também um aumento significativo das pensões para 70% do último rendimento líquido, incluindo um subsídio fiscal para o seguro de reforma.

"A exigência de que a Alemanha abandone o euro, e, possivelmente, até a União Europeia (UE), continua a ser particularmente perigosa. Os cálculos do IW mostram que os custos de uma saída ascenderiam a 5,6% do produto interno bruto (PIB) real, o equivalente a 690 mil milhões de euros, ao fim de apenas cinco anos", adianta o documento.

"Tal resultaria na perda de 2,5 milhões de postos de trabalho. A este valor somam-se as consequências económicas da saída da moeda única", escrevem os economistas.

O efeito da AfD sobre potenciais imigrantes também é considerado problemático para estes especialistas, que consideram que a crise demográfica só pode ser compensada com trabalhadores estrangeiros.

Em toda a Alemanha, os 6,7 milhões de trabalhadores estrangeiros geram 13,2% do valor acrescentado bruto. Se forem adicionados os impulsos a montante e a jusante destas atividades, a sua importância económica sobe mesmo para 16,9%.

"Os trabalhadores estrangeiros impulsionaram a economia, sobretudo na Alemanha de leste. Sem a imigração, não teria havido crescimento do emprego sujeito a contribuições para a segurança social nos últimos anos", apontam os economistas do IW.

Em termos de política energética, a AfD combina o desmantelamento das turbinas eólicas, o regresso à energia nuclear e a reparação do gasoduto Nordstream II com reduções e benefícios fiscais. Neste campo, lê-se, a comunidade empresarial atribui à AfD um "mau".

O coautor do estudo, Knut Bergmann, refere que a AfD está também a "envenenar o discurso" com termos como "remigração", adiantando que o partido está a "explorar deliberadamente narrativas de extrema-direita e de teoria da conspiração".

As empresas e as associações não acreditam que o partido possa dar um contributo político positivo, concluiu.

A Alemanha realiza em 23 de fevereiro eleições legislativas antecipadas - estavam previstas para 28 de setembro -, na sequência da queda da coligação governamental liderada por Olaf Scholz e composta por SPD, liberais do FDP e Verdes.

Leia Também: Refugiado iraquiano quer levar voz pró-imigrantes ao parlamento alemão

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