Dmitri Peskov disse em conferência de imprensa em Moscovo que é importante lançar bases para o que considerou ser uma resposta pacífica para "pôr fim" aos combates.
"Os representantes da Administração norte-americana dizem que é necessário estabelecer a paz o mais rapidamente possível através de negociações. Esta posição agrada-nos mais do que a da anterior Administração", disse, referindo-se ao anterior chefe de Estado norte-americano, Joe Biden.
"Neste ponto, concordamos totalmente com a (atual) Administração dos Estados Unidos e acreditamos que todos os objetivos devem ser alcançados através de conversações", afirmou Peskov citado pela agência de notícias russa TASS.
Peskov disse ainda que a popularidade do líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, está a decair acentuadamente.
A declaração sobre a suposta falta de popularidade de Zelensky coincide com as afirmações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que na quarta-feira acusou o homólogo ucraniano de ser um ditador por não ter convocado eleições no final do mandato, em maio do ano passado.
Por outro lado, Peskov salientou que o possível envio de tropas dos países da Aliança Atlântica para o território ucraniano é inaceitável.
Sobre a possibilidade de novas trocas de prisioneiros entre as partes, Peskov garantiu que as autoridades russas já estão a discutir a possibilidade de se alcançarem novos acordos.
"É claro que isto (troca de prisioneiros) está nas agendas dos dois países e, portanto, não pode ser excluído", disse, antes de salientar que tanto Moscovo como Washington estão prontos para retomar os procedimentos.
Donald Trump voltou a defender negociações entre os Estados Unidos e a Rússia.
O Presidente norte-americano afirmou que Moscovo tem as "cartas na mão" em qualquer negociação para acabar com a guerra na Ucrânia porque conquistou muitos territórios.
"Creio que os russos querem ver o fim da guerra, a sério que sim. Acho que eles têm as cartas na mão, porque tomaram muito território. Eles têm as cartas", disse Donald Trump à televisão pública britânica BBC a bordo do avião presidencial Air Force One.
Os processos eleitorais na Ucrânia estão suspensos, em conformidade com a Constituição do país, devido à invasão da Rússia.
As forças de Moscovo anexaram a península ucraniana da Crimeia em 2014 e lançaram uma campanha militar de grande escala em fevereiro de 2023.
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