China emitiu alerta sobre exercícios com fogo real no Mar da Tasmânia

A Austrália disse hoje que aviões comerciais que sobrevoavam o Mar da Tasmânia, entre a Austrália e a Nova Zelândia, foram alertados pela marinha chinesa de que estavam a atravessar a zona de um exercício militar secreto com fogo real.

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Lusa
21/02/2025 13:40 ‧ ontem por Lusa

Mundo

China

O Ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles, declarou que as autoridades australianas só souberam das manobras militares chinesas entre a Austrália e a Nova Zelândia pelas companhias aéreas.

 

"Para esclarecer, não fomos notificados pela China", disse Marles à rádio Australian Broadcasting Corp.

"O que a China fez foi emitir uma notificação de que pretendia realizar disparos com fogo real. Com isto, refiro-me a uma transmissão que foi captada por companhias aéreas ou literalmente (...) aviões comerciais que voavam através da Tasmânia", disse Marles.

"Esta foi uma situação muito desconcertante para os aviões que sobrevoavam a zona", acrescentou.

Três voos que saíram de Sydney, sudeste da Austrália, com destino às cidades neozelandesas de Christchurch e Queenstown na manhã de hoje foram avisados por um navio de guerra chinês sobre um exercício de fogo real, informaram os meios de comunicação sociais.

As três companhias aéreas envolvidas, a Emirates Airlines a Qantas e a Virgin Australia, não fizeram comentários sobre os incidentes.

A agência de segurança aérea australiana - Airservices Australia - alertou depois os pilotos comerciais para um possível perigo no espaço aéreo entre os países devido aos três navios de guerra chineses que estavam a realizar exercícios militares em águas internacionais, próximo da costa leste australiana.

Marles disse que a Marinha australiana normalmente avisa com 12 a 24 horas de antecedência sobre um exercício com fogo real para dar tempo às companhias aéreas para planearem adequadamente, acrescentando que todos os voos conseguiram desviar-se e ninguém foi posto em perigo.

"O exercício está a ser conduzido do início ao fim de forma segura, padronizada e profissional e está de acordo com as leis e práticas internacionais", disse hoje Guo Jiakun, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, numa conferência de imprensa.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Penny Wong, manifestou hoje preocupação com os exercícios com fogo real efetuados por três navios de guerra chineses ao largo da costa leste do país. Wong declarou estar preocupada com a falta de transparência à volta desses "exercícios de fogo real" e que iria abordar "as preocupações" com Pequim.

O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse entretanto que o risco já tinha terminado.

"Não havia risco iminente de perigo para quaisquer bens australianos ou neozelandeses", disse Albanese aos jornalistas, citando informações do seu Ministério da Defesa.

O regulador da aviação da Nova Zelândia não emitiu avisos. A Autoridade de Aviação Civil neozelandesa disse estar "ciente" do aviso australiano, de acordo com um comunicado. A autoridade não explicou a sua decisão.

Os sites de monitorização de voos mostraram que vários voos evitaram uma área entre a Austrália e a Nova Zelândia.

O Ministério da Defesa australiano tem estado a acompanhar os navios da marinha chinesa - uma fragata, um cruzador e um navio-tanque de reabastecimento - desde que foram avistados em águas internacionais na semana passada. Embora os navios estejam a navegar em águas internacionais, as autoridades da Austrália descreveram a presença como invulgar.

Em 13 de fevereiro, a Austrália acusou um caça chinês de comportamento perigoso perto de uma das suas aeronaves militares no Mar do Sul da China, com Pequim a acusar Camberra de violar a sua soberania.

O avião estava numa patrulha de rotina quando um caça chinês Shenyang J-16 se aproximou e "lançou sinalizadores nas imediações", disse o ministério australiano.

Leia Também: Presidente bielorrusso acusa EUA de querer colocar Moscovo contra Pequim

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