Estudo alerta para interferência russa nas eleições alemãs

As eleições legislativas alemãs são alvo de operações de influência maligna atribuídas à Rússia e a atores com base local, revela um estudo desenvolvido pelo Insikt Group.

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© INA FASSBENDER/AFP via Getty Images

Lusa
21/02/2025 19:53 ‧ ontem por Lusa

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Alemanha

O estudo, intitulado "Vozes de Moscovo: Operações de influência russa visam eleições alemãs", concluiu que "as operações de influência atribuídas pela Rússia promoveram e muito provavelmente continuarão a apoiar os partidos políticos alemães que a Rússia considera benéficos para os seus próprios interesses geopolíticos, particularmente a AFD".

 

Os autores do estudo salientam que é muito provável que a Rússia esteja a exercer influência através de pelo menos sete novas marcas de notícias não autênticas.

Além disso, a falsificação de identidade dos media é vista como uma forma de exacerbar as fissuras políticas e inflamar o discurso político em torno da integração europeia, imigração e questões económicas.

De acordo com os investigadores, o objetivo é "atacar o caráter dos principais líderes políticos e apresentar a Alemanha como um foco crescente de antissemitismo e extremismo".

Neste sentido, o Insikt Goup detetou pelo menos 94 novos 'sites' inautênticos e cuja criação começou em novembro de 2024 após o anúncio das eleições antecipadas.

O estudo analisou as operações de influência e as redes correspondentes, concluindo que "estas operações provavelmente procuram incitar e escalar os conflitos sociopolíticos domésticos alemães".

Poluir o espaço de informação alemão introduzindo conteúdos manipulados, promover críticas aos Estados Unidos da América (EUA) e à União Europeia (UE) e à integração europeia e minar a coesão da NATO, são alguns dos objetivos dos media criados pela Rússia, adianta o estudo.

Nas eleições de 2025, os autores do estudo revelam ainda que uma evolução de operações como 'Doppelgänger' e 'Operation Overload' expandiram-se além dos meios de comunicação social convencionais, nomeadamente para a rede social Bluesky Social, numa "tentativa de capturar públicos migrantes".

Estas operações "influenciam significativamente o comportamento dos eleitores, representando riscos mais amplos para a integridade dos media e a confiança do público".

O porta-voz do Ministério do Interior alemão, Maximilian Kall, disse em conferência de imprensa que as autoridades "têm informações sobre operações de influência e desinformação vindas da Rússia e isso é exatamente o que esperavam".

A operação 'Doppelgänger' tem origem na Rússia e tem como alvo vários países em todo o mundo e visa principalmente minar o apoio à Ucrânia após a agressão da Rússia, bem como fomentar divisões dentro dos países que apoiam a Ucrânia.

A 'Operation Overload' é uma operação paralela à anterior, visando sobretudo jornalistas e organizações de media.

As eleições alemãs acontecem dia 23 de fevereiro e as sondagens indicam que o partido Alternativa para a Alemanha (AfD) terá cerca de 20% dos votos nas eleições legislativas, ficando atrás do partido conservador União Democrata-Cristã (CDU).

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