Licenças petrolíferas? Maduro diz que EUA jamais ajudarão a Venezuela

O Presidente Nicolás Maduro disse quinta-feira aos venezuelanos que os EUA jamais ajudarão a Venezuela, um dia depois de o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, suspender as licenças de exportação de petróleo.

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© Pedro Rances Mattey/Anadolu via Getty Images

Lusa
28/02/2025 06:56 ‧ há 5 horas por Lusa

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"Não nos deixemos distrair pelo imperialismo (...) Que ninguém pense, jamais, que o imperialismo vai ajudar a Venezuela, nunca na vida. Estejamos claros. Quem vai ajudar a Venezuela é o povo da Venezuela", disse.

 

Nicolás Maduro falava durante o ato comemorativo do 36.º aniversário da explosão social de fevereiro de 1989, acompanhada com violentos protestos e pilhagens conhecida como El Caracazo, durante a qual 276 morreram, que o chavismo chama Rebelião Popular de 27 de Fevereiro.

"Ninguém deve acreditar que o desenvolvimento da Venezuela depende dos 'gringos', (porque) depende do trabalho, da inventividade, da criação e da bela capacidade deste povo de amar a nossa história", disse.

O Presidente da Venezuela pediu aos jovens que não se deixem confundir porque a Venezuela continuará o caminho da independência.

"Jovens, dirijo-me a vós para que ninguém se deixe confundir. Se um dia os gringos se envolverem num diálogo respeitoso de igual para igual (como iguais), nós o faremos sem problemas (...) Mas se os gringos querem continuar pelo caminho de apostar no fascismo, na violência na Venezuela (...) nós continuaremos o nosso caminho de independência, soberania, paz, trabalho, desenvolvimento e harmonia", disse.

Maduro disse ainda que sempre joga pondo as cartas sobre a mesa e com a verdade.

"Para bom entendedor, palavras claras. Eu não jogo com cartas escondidas. Eu jogo com as cartas sobre a mesa. E é por isso que ganhamos sempre, porque jogamos com a verdade. E ganhamos sempre porque temos a força de David", disse.

E questionou qual era a força de David, para explicar que era a de Golias, a de Deus e do seu povo.

"E, a força de Maduro, que é o David do século XXI, é a força de Deus e é a força do povo bolivariano", frisou.

Donald Trump anunciou na terça-feira que vai acabar com as licenças de exportação de petróleo concedidas à Venezuela e explicou que deixarão de estar em vigor a partir de 01 de março.

"Estamos a reverter as concessões que o corrupto [ex--Presidente dos Estados Unidos] Joe Biden fez a Nicolás Maduro da Venezuela no acordo petrolífero de 26 de novembro de 2022, bem como as relacionadas com as condições eleitorais dentro da Venezuela, que o regime de Maduro não conseguiu cumprir", anunciou Trump.

Trump fez o anúncio na sua rede social Truth Social, na qual se queixou de que o regime de Nicolás Maduro não acelerou a deportação dos "criminosos violentos" que, segundo ele, Caracas enviou para os Estados Unidos, como se tinha "comprometido".

As licenças concedidas por Biden, que beneficiavam a petrolífera norte-americana Chevron, não foram renovadas em 2024, mas foram concedidas licenças individuais a alguns parceiros e clientes da empresa estatal venezuelana Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA), permitindo que as exportações fluíssem para mercados como os EUA, Europa e Índia.

Nos termos da atual licença concedida pela administração Biden, a Chevron estava autorizada a operar na Venezuela até ao final de julho, pelo que a decisão de Trump antecipa em vários meses a cessação da atividade.

A Chevron é a única grande empresa petrolífera norte-americana a operar na Venezuela.

A saída da Chevron é um revés económico para a Venezuela, uma vez que a empresa tinha contribuído para a reativação da produção petrolífera venezuelana, que este mês ultrapassou um milhão de barris por dia, pela primeira vez desde junho de 2019, segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo.

As exportações aumentaram 15% em janeiro, cerca de 867 mil barris por dia, muito devido a um aumento dos carregamentos da Chevron Corp.

Leia Também: Ministro desmente tentativa de invasão da casa de Maria Corina Machado

 

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