"Ontem (sexta-feira) à noite, como todos compreendemos, começou uma nova era de infâmia. Uma era de infâmia em que devemos, mais do que nunca, defender a ordem internacional baseada em regras e na força da lei contra a lei do mais forte", afirmou a chefe da diplomacia alemã cessante.
Nas declarações feitas hoje, a governante estimou se não houver respeito pela lei internacional "nenhum país livre com um vizinho mais poderoso poderá ficar descansado".
Um dia depois do confronto em Washington entre Volodymyr Zelensky e Donald Trump, a governante alemã recusou ainda a inversão dos papéis de vítima e de agressor na guerra da Rússia contra a Ucrânia, que completou três anos.
"Nunca podemos aceitar uma inversão, porque uma inversão dos papéis de agressor-vítima é o oposto da segurança, é o oposto da paz", argumentou.
Baerbock garantiu que a Alemanha está ao lado da Ucrânia "soberana e livre" e que faz parte de uma "Europa livre e democrática".
"Não há dúvidas sobre quem é o agressor brutal e quem é o defensor corajoso nesta guerra contra a Ucrânia, quem é o perpetrador e quem é a vítima", acrescentou.
Embora a Alemanha ainda esteja a tentar formar um novo governo após as eleições antecipadas de domingo, Baerbock apelou ao debate no país sobre um pacote de apoio de três mil milhões de euros para a Ucrânia.
Baerbock também defendeu o reforço do apoio a nível europeu a Kiev e a consideração de "investimentos maciços" para a defesa no Velho Continente.
"Como europeus, devemos também falar de um fundo europeu de defesa que esteja à altura da magnitude dos desafios" colocados pelo novo contexto geopolítico, segundo Baerbock, que concluiu o seu discurso com um 'Slava Ukraini' (Glória à Ucrânia) e as palavras: 'Viva a Europa'.
A visita de Volodymyr Zelensky à Casa Branca na sexta-feira transformou-se num confronto verbal quando Donald Trump e o seu vice-presidente, JD Vance, acusaram o líder ucraniano de não estar grato pela ajuda norte-americana e de recusar conversações de paz.
O confronto levou o Presidente ucraniano a abandonar prematuramente a Casa Branca, sem assinar o acordo previsto sobre minerais.
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