De acordo com a Direção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), no ano passado nasceram no território 582 bebés por mil mulheres, o valor mais baixo desde que a DSEC começou a compilar estes dados, em 2000.
A taxa de fecundidade de 0,58 é ainda mais baixa do que a estimativa feita num relatório divulgado em julho pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA, na sigla em inglês): 0,68 nascimentos por mulher.
Apesar de mais otimista, a estimativa da UNDESA já indicava que Macau teria tido em 2024 a mais baixa natalidade do mundo, a uma grande distância da segunda jurisdição na lista, Singapura, com 0,95 nascimentos por mulher.
Em 2023 a taxa de natalidade no território já tinha atingido um mínimo histórico de 0,59 nascimentos por mulher, muito longe do valor necessário para a substituição de gerações (2,1).
Os dados oficiais mostram que houve 3.607 nascimentos em Macau no ano passado, o número mais baixo desde há quase duas décadas, apesar de 2024 ter sido um Ano Lunar do Dragão.
Considerado um símbolo da realeza, fortuna e poder e única figura mítica entre os 12 signos do milenar zodíaco chinês, o signo do Dragão reúne um conjunto de características que tradicionalmente leva os casais a planear ter filhos durante esse período.
No final de janeiro, o subdiretor dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) previu que deverá haver menos de 3.500 nascimentos na região em 2025, número que seria o mais baixo desde 2004, quando a cidade registou 3.308 nascimentos.
De acordo com o canal em chinês da emissora pública TDM Macau, Kuok Cheong U disse esperar que a taxa de natalidade "continue a cair" e acrescentou que "já será bom" se o número de nascimentos atingir 3.500.
Durante a campanha eleitoral, o novo chefe do Executivo de Macau admitiu que um dos maiores desafios a longo prazo é a baixa natalidade.
Sam Hou Fai disse ser necessário "criar condições em termos de educação e emprego" para subir a natalidade e prometeu estudar a extensão da licença de maternidade, atualmente fixada em 70 dias, e a criação de um fundo de providência central obrigatório.
Em 20 de fevereiro, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raymond Tam Vai Man, prometeu permitir que residentes em habitações públicas mudem para um apartamento maior, de forma a encorajar a natalidade.
Ainda assim, a população de Macau aumentou em 4.600 pessoas em 2024, atingindo 688.300, "devido principalmente ao acréscimo do número de trabalhadores não residentes", admitiu a DSEC.
A região empregava no final de dezembro mais de 182.500 trabalhadores migrantes, um aumento de quase 5.900 durante o ano passado, de acordo com dados oficiais.
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