O comité orçamental do Bundestag, a câmara baixa do parlamento, autorizou a atribuição destes fundos, que estavam suspensos há meses, devido à relutância do chanceler cessante, Olaf Scholz, relativamente à situação orçamental do país.
Mas a adoção final pelo parlamento alemão da reforma do "travão da dívida", que flexibiliza as regras orçamentais para as despesas de Defesa, deu ao Governo uma nova margem de manobra.
Esta medida, impulsionada pelo futuro chanceler Friedrich Merz, foi votada a um ritmo acelerado devido à aproximação entre Moscovo e Washington.
"Estamos a fazer isto para que a Ucrânia possa defender a sua independência e soberania", explicou esta semana Olaf Scholz.
Desde fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, dando início à guerra, que a Alemanha é o maior fornecedor de ajuda militar a Kyiv entre os países europeus.
Estes três mil milhões de euros agora libertados somam-se aos quatro mil milhões de euros de ajuda militar já previstos no orçamento para 2025, totalizando sete mil milhões de euros.
Isto permitirá a Kyiv ter munições imediatamente disponíveis e outras armas que poderão ser entregues dentro de um ou dois anos, uma vez que ainda têm de ser produzidas.
O comité orçamental do Bundestag aprovou hoje também uma ajuda militar à Ucrânia no valor de 8,25 mil milhões de euros para o período de 2026 a 2029.
Desde o início da invasão russa, a Alemanha forneceu mais de 28 mil milhões de euros em equipamento militar à Ucrânia, segundo o Governo.
Para Berlim, é importante que a Ucrânia melhore a sua posição negocial com a Rússia.
Olaf Scholz voltou a insistir esta semana que as condições para a paz com Moscovo não devem ser ditadas a Kyiv, pelo que a Ucrânia deve "ter um exército forte".
Esta semana, os presidentes dos EUA e da Rússia, Donald Trump e Vladimir Putin, acordaram uma trégua limitada apenas aos ataques às infraestruturas energéticas.
Mas a Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente de continuarem os ataques contra estes locais, devendo as negociações sobre esta questão, mediadas pelos Estados Unidos, deverão ser retomadas na segunda-feira, na Arábia Saudita.
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