Professores do quadro da Escola Portuguesa de Díli iniciam greve de dois dias

Os professores do quadro da Escola Portuguesa de Díli estão a reivindicar partir de hoje melhores condições laborais, com uma greve de dois dias, que se realizará igualmente nas escolas congéneres de Moçambique, Angola e São Tomé.

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Lusa
27/03/2025 09:20 ‧ há 3 dias por Lusa

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"Consideramos que não é uma situação para a qual quiséssemos caminhar, mas com o arrastar da situação desde setembro de 2024 e com o aproximar do final do ano letivo, consideramos urgente e extremamente importante continuar a alertar o Governo para a nossa situação, que continua precária", afirmou Bruno Torres, porta-voz dos professores do quadro da Escola Portuguesa de Díli.

 

Bruno Torres falava à Lusa na entrada daquele estabelecimento de ensino, onde professores do quadro, contratados e em mobilidade estatuária se juntaram num protesto por "equidade para todos", como se podia ler nos vários cartazes espalhados pelo local.

Questionado pela Lusa sobre a solidariedade demonstrada pelos colegas, Bruno Torres afirmou que os "colegas não deixam de compreender a situação precária" e "juntaram-se e solidarizaram-se", tal como os professores contratados.

"É uma manifestação clara de um corpo docente que está a 16 mil quilómetros de Portugal e que sente que a dificuldade não é só para alguns, é para todos", afirmou o professor.

A greve convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação visa reivindicar equidade de condições laborais para os professores de quadro, que são inferiores às dos colegas em Portugal e às dos colegas de escola que se encontram em mobilidade estatuária.

Questionado pela Lusa sobre se a falta de decisões do Ministério da Educação está a ter impacto, o diretor da Escola Portuguesa de Díli, Alexandre Marques, salientou que a "falta de decisões afeta sempre alguma coisa".

"Apesar de os professores serem profissionais digníssimos e estarem a cumprirem com todas as determinações e com tudo aquilo que é suposto, de facto, isto cria instabilidade com a incerteza no futuro", afirmou Alexandre Marques.

Outra das questões é a da falta de homogeneidade. "Tenho professores a fazer a mesma coisa com situações diversas e, portanto, isto cria instabilidade. Mas com os professores que tenho aqui não se tem notado. Eu sei que ela existe, mas não se tem notado e isso é importante dizer", salientou Alexandre Marques.

O diretor da Escola Portuguesa de Díli disse também que os professores de quadro recebem o mesmo que os colegas em Portugal e que não conseguem viver em Díli, onde o custo de vida é "consideravelmente superior a Portugal".

"Isso torna difícil a vida destes professores, até porque sabemos que aqui em Díli a maioria das habitações tem alguma precariedade e, para se ter habitação com alguma condição, o preço é extremamente elevado", afirmou.

Alexandre Marques explicou que em Díli um apartamento com condições iguais às de Portugal chega a custar 3.000 dólares mensais.

"Esta diferença provoca, de facto, alguma falta de condição na vida dos professores, que, reforço, não tem tido efeito significativo no ensino e aprendizagem e na sua prestação enquanto professores", acrescentou.

Leia Também: Professores da Escola de Díli realizam protesto por equidade salarial

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