O advogado Nguyen Van Dai e a sua assistente, Le Thu Há, foram detidos em dezembro após serem acusados de disseminar "propaganda contra o Estado", indicou hoje o coletivo de deputados da ASEAN para os Direitos Humanos (APHR, na sigla em inglês).
A ASEAN é a Associação de Nações do Sudeste Asiático, de que fazem parte dez Estados membros.
Em comunicado, a APHR afirmou que a iniciativa partiu da deputada alemã Marie-Luise Dött e foi apoiada por outros deputados de países como Camboja, Chade, Espanha, Estados Unidos, Indonésia, Lituânia, Nepal, Holanda, Portugal e Zimbabué, entre outros, bem como representantes de diversas organizações não-governamentais.
Os deputados recomendam a libertação "imediata e incondicional" do advogado e da sua assistente e pedem que os seus direitos sejam respeitados, de acordo com a lei internacional.
"Nguyen Van Dai e Le Thu Ha estavam a prestar um serviço público valioso, defendendo os direitos dos seus concidadãos. As acusações contra eles deveriam ser retiradas", afirmou Charles Santiago, deputado malaio e membro da APHR.
Os dois ativistas foram detidos a 16 de dezembro de 2015, um dia antes de uma reunião sobre direitos humanos entre as autoridades vietnamitas e uma delegação da União Europeia, que também pediu a libertação de ambos.
Nguyen Van Dai corre o risco de ficar 20 anos na prisão, ao abrigo do controverso artigo 88.º do Código Penal vietnamita que, segundo a Amnistia Internacional, é utilizado com frequência para prender ativistas pacíficos.
O advogado fundou em 2006 o Comité dos Direitos Humanos do Vietname e foi um dos signatários originais de uma petição, divulgada na Internet, sobre a liberdade e democracia no país, que foi apoiada por milhares de pessoas.
Apesar das reformas económicas e de alguns sinais de abertura social no Vietname, o país conta atualmente com mais de uma centena de presos políticos.