"Após o veredito, Nawaz Sharif demitiu-se das suas responsabilidades como primeiro-ministro", disse o gabinete do primeiro-ministro, em comunicado.
Segundo o comunicado, o ex-mandatário respeitou o veredicto do Supremo, mas ainda assim afirmou que tem reservas quanto à decisão tomada e anunciou que vai explorar opções legais contra ela.
"Todas as opções constitucionais serão estudadas. É uma injustiça. Com a ajuda de Deus, Sharif terá sucesso no tribunal de Alá e do povo", acrescentou.
A demissão de Sharif provocou a dissolução imediata do gabinete, pelo que o Parlamento deverá eleger um novo primeiro-ministro.
Os cinco juízes do Supremo decidiram de forma unânime que Sharif deveria ser inabilitado "por desonestidade" e "por não declarar ativos", de acordo com a sentença lida pelo magistrado Aijaz Afzal.
O tribunal também ordenou ao organismo judicial responsável pela luta contra a corrupção que abra um processo contra Sharif e os seus filhos Hasan, Husain e Maryam, assim como a Ishaq Dar, ministro das finanças.
O processo deve ser iniciado em seis semanas e as investigações devem concluir-se num período de meio ano.
Os problemas de Sharif começaram em abril de 2016, quando cerca de 11,5 milhões de documentos provenientes da sociedade de advogados Mossack Fonseca revelaram que três dos quatro filhos do primeiro-ministro, Husain, Maryam e Hasan, compraram propriedades em Londres através de empresas criadas nas Ilhas Virgens Britânicas.
A família Sharif, que já enfrentou acusações de corrupção no passado, reconheceu a posse dessas empresas e propriedades, mas negou qualquer tipo de ilegalidade.