Uma fonte da embaixada espanhola disse à agência de notícias espanhola EFE que cerca de vinte pessoas invadiram a embaixada por volta das 10:00 horas locais (08:00 em Lisboa), distribuindo folhetos por todo o edifício e gritando slogans contra o Governo espanhol.
Os anarquistas, membros do grupo Rubicon, permaneceram nas instalações durante uma hora e o seu comportamento foi "pacífico".
Nos folhetos podia-se ler frases como "a solidariedade é uma arma do povo", entre outras.
Salvo três diplomatas, os restantes funcionários da embaixada saíram para a rua, onde esperaram até que os manifestantes abandonassem o edifício.
Um porta-voz da polícia declarou à EFE que depois do protesto foram detidas 19 pessoas.
O grupo Rubicon já protagonizou no passado protestos similares, com ocupações de ministérios, sedes de partidos e meios de comunicação.
O discurso de terça-feira do presidente do governo catalão no parlamento regional, no qual evitou uma declaração explícita de independência da região espanhola e propôs ainda uma suspensão dos seus efeitos, provocou leituras contraditórias e abriu brechas com os seus aliados.
Milhões de catalães -- incluindo os seus mais próximos aliados políticos - esperavam que Carles Puigdemont declarasse na terça-feira unilateralmente a independência da região, com efeitos imediatos e práticos, dando seguimento à vitória do "sim" no referendo de 01 de outubro, considerado ilegal pela justiça espanhola.
Por outro lado, milhões de outros catalães e demais espanhóis esperavam que Puigdemont renunciasse à independência -- uma exigência do Governo de Madrid - e convocasse eleições regionais antecipadas -- uma sugestão do principal partido da oposição, o PSOE.
O Governo em Madrid realiza hoje um conselho de ministros extraordinário para analisar os mais recentes desenvolvimentos da crise política na Catalunha.