Impedir nomeação de Jordi Sànchez levaria a "colapso institucional"
Número dois do Juntos pela Catalunha é o escolhido por Carles Puigdemont para liderar a Generalitat. Numa entrevista à RAC1, o ex-presidente catalão reiterou que Sànchez é "elegível como presidente", avisando a justiça espanhola de que um veto à nomeação seria não só "um erro grave", como também um "delito".
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Mundo Carles Puigdemont
Após dois meses de indefinição relativamente ao futuro, o líder do Juntos pela Catalunha, Carles Puigdemont, renunciou “provisoriamente” à liderança da Generalitat (governo catalão). Puigdmeont, recorde-se, está em Bruxelas, sendo que uma entrada em Espanha significaria a sua detenção, uma vez que está acusado de rebelião e sedição.
Os partidos independentistas, que saíram das eleições de 21 de dezembro com maioria no parlamento, mantiveram sempre o apoio à nomeação do líder do Juntos pela Catalunha, mas, impedido pela justiça de tomar posse à distância, Puigdemont acabou por ceder e abriu a porta à nomeação de Jordi Sànchez, número dois do seu partido, também ele preso, mas em território espanhol.
Esta sexta-feira, Puigdemont deu uma entrevista, a partir de Bruxelas, à RAC1, em que abordou precisamente a escolha de Jordi Sànchez como seu sucessor, considerando que, caso os tribunais vetem o número dois do Juntos pela Catalunha, além de cometerem “um erro” poderão também estar a “cometer um delito” que levaria a um “colapso institucional”.
“Jordi Sànchez tem todos os direitos e é elegível como presidente. Quem colocar obstáculos cometerá um erro grave e seguramente algum delito”, afirmou Puigdemont, que garantiu que os planos relativamente ao futuro governo serão revelados nos próximos dias.
O líder do Juntos pela Catalunha disse também que, apesar desta renúncia, continua a querer ser presidente da Generalitat. “O parlamento constatou que tem a vontade e a maioria para me fazer presidente”, exultou.
A sua estadia em Bruxelas também foi abordada na entrevista, com o líder independentista a realçar que apesar de quererem que ele "se sinta mal" por não estar na Catalunha, tem “plena convicção de que estão a fazer as coisas bem” a partir da capital belga sublinhando que “existem muitas maneiras de governar de forma prática”, uma vez que “o mais importante são as políticas que têm de ser tomadas”.
"A Catalunha será independente"
Depois de garantir que nunca utilizou dinheiros públicos na sua estadia em Bruxelas, Puigdemont recordou a declaração unilateral de independência, admitindo que agiu de uma forma algo ingénua.
“Acho que era o que tinha de fazer naquele momento, mas o estado atuou com frivolidade e com leviandade histórica. Com a distância vejo que talvez tenha sido um erro não implementar a república naquele momento”, admite.
No entanto, o líder do Juntos pela Catalunha acredita que a Catalunha será independente, apesar de não querer estipular um prazo para que tal aconteça.
“A Catalunha será independente. Não gosta de colocar prazos concretos. Seguramente que foi um erro, não o mais grave, mas sim ingénuo. O importante é trabalhar para esse objetivo”, rematou.
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