Proibir pirotecnia devido a incêndios é "medida avulsa e eleitoralista"

A Associação Nacional de Empresas de Produtos Explosivos (ANEPE) insurgiu-se contra a medida preventiva decretada pelo Governo de proibir os espetáculos de fogo-de-artifício e outros do género, acusando o executivo de eleitoralismo.

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Lusa
20/08/2018 07:02 ‧ 20/08/2018 por Lusa

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"Estamos ao lado do Governo, das autoridades e das populações no que diz respeito ao cumprimento cabal de todas as normas de segurança deste tipo de eventos, mas não podemos deixar de demonstrar a nossa indignação perante medidas avulsas que parecem ter uma base ou uma preocupação meramente eleitoralista", lê-se em comunicado.

O presidente da ANEPE, David Costa, declarou mesmo que, "tal como aconteceu no ano passado, o Governo volta a impor uma medida novamente desprovida de qualquer sentido prático, que se limita simplesmente a proibir sem ter em conta qualquer tipo de critério e sem informar previamente os representantes do setor".

"Já existe um decreto-lei que restringe a utilização do fogo-de-artifício ou de qualquer outro material pirotécnico em zonas florestais, e que é respeitado pelas empresas do setor, não fazendo qualquer sentido generalizar a proibição quando existem zonas seguras, onde o risco é inexistente", insistiu.

Segundo a ANEPE, "no início deste mês, no fim de semana de 04 e 05 de agosto, a proibição do uso de pirotecnia esteve novamente em vigor e as consequências são imensas e irrecuperáveis", pois "há 40 empresas em risco de falência, que representam centenas de postos de trabalho".

"Entre os meses de julho e setembro estão previstos mais de 5.000 espetáculos com recurso a material pirotécnico. A proibição de grande parte destes eventos coloca já em risco de falência 40 empresas, num setor que emprega 5.000 pessoas e que já perdeu, no último mês, cinco milhões de euros", sublinhou a ANEPE, acrescentando que "os meses de julho e agosto representam 70% do volume de negócio das empresas do setor".

O Governo esclareceu, no domingo, que até quarta-feira, data até à qual vigora o alerta vermelho devido ao risco de incêndio em sete distritos, se mantém a proibição do uso de fogo-de-artifício.

A situação de alerta foi declarada por despacho do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, na sexta-feira, para os distritos de Braga, Bragança, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

O Governo manifesta ainda na mesma nota que respeita as "tradições do país, mas a situação de alerta que se vive no continente, com sete distritos em alerta vermelho, obriga a um cuidado e a uma atenção acrescidos por parte de todos".

 

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