O pico dos óbitos em Portugal devido à Covid-19 vai ocorrer "no final do mês" e o máximo de ocupação em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) será na primeira semana de dezembro. As projeções foram feitas, esta quinta-feira, na reunião do Infarmed, por Manuel Carmo Gomes, professor de Epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL). Segundo o responsável, em final de dezembro, a média será de 76 óbitos diários.
"Até ao fim do ano, teremos um total de 6 mil a 6.500 óbitos associados à Covid acumulados", apontou ainda Manuel Carmo Gomes.
Já quanto a hospitalizações, prosseguiu, "os internamentos têm vindo a baixar", com um máximo de ocupação em UCI projetado para "por volta da primeira semana de dezembro, na zona dos 530, numa média calculada a sete dias".
"Ultrapassámos o pico dos contágios e estamos próximo, pensamos, do pico dos internados em hospitais", reiterou o epidemiologista. Em enfermaria, "a grande fatia é dominada por pessoas com 80 anos ou mais" e em Cuidados Intensivos "há uma diferença importante": as pessoas "com mais de 80 anos não têm uma importância tão grandes em termos percentuais".
As UCI são "dominadas" por pessoas "do grupo entre os 60 e os 79 anos de idade".
De recordar que especialistas, dirigentes dos partidos políticos e parceiros sociais estão esta quinta-feira reunidos para analisar a situação epidemiológica da Covid-19, em vésperas de nova renovação do Estado de Emergência e da decisão sobre as medidas para o Natal e Ano Novo.
Portugal está em Estado de Emergência desde 9 de novembro e até 8 de dezembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado do novo coronavírus, que provoca a doença da Covid-19.
Até ao final da semana, o Presidente da República deverá decretar a renovação deste estado de exceção, o que só pode acontecer depois de um parecer favorável do Governo e da aprovação pelo Parlamento, que deverá acontecer na sexta-feira à tarde, estando o debate marcado para essa tarde.
Acompanhe aqui a reunião:
— República Portuguesa (@govpt) December 3, 2020
[Notícia atualizada às 11h26]