"É previsível que, apesar de tudo, algumas pessoas não consigam sair antes do Natal e nós estaremos no terreno durante este período todo para acompanharmos os nossos cidadãos", declarou a secretária de Estado Berta Nunes à agência Lusa.
O tráfego de camiões entre o Reino Unido e a França foi suspenso durante 48 horas na sequência da deteção em território britânico de uma variante do SARS-CoV-2 que pode ser até 70% mais contagiosa.
Na quarta-feira, a França abriu a fronteira, mas exige que os motoristas tenham um teste covid-19 negativo para entrar no seu território.
Segundo a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, "a situação no terreno está mais demorada do que se previa" e "durante a noite poucos camiões conseguiram sair", apesar de se saber que "há um esforço muito grande para aumentar a capacidade de testagem".
A equipa portuguesa de quatro pessoas, incluindo o cônsul-geral adjunto e mais três pessoas do consulado de Londres contactaram na quarta-feira "com alguns motoristas que tinham pedido ajuda e hoje, logo de madrugada, saíram com alimentos e com bebidas e estão a contactar as pessoas".
Berta Nunes indicou que "há dificuldades por vezes em sair da fila para a testagem" e a equipa está ainda a ajudar algumas pessoas que não falam inglês.
A responsável acredita que através da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) e de grupos de motoristas terá sido possível distribuir os contactos da equipa no terreno e "chegar a todos".
"Estivemos e estamos a acompanhar, a informar e a ajudar a resolver dúvidas e problemas que as pessoas têm e vamos continuar no terreno (...) até que seja necessário", afirmou.
Calcula-se que cerca de 300 motoristas portugueses tenham ficado retidos na fronteira entre o Reino Unido e a França, entre os milhares de várias nacionalidades.
O Governo britânico prometeu que os ferries que cruzam o Canal da Mancha vão funcionar no dia de Natal e no sábado, para aliviar o caos no porto de Dover.
A pandemia de covid-19, transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019 na China, provocou pelo menos 1.731.936 mortos resultantes de mais de 78,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço da agência France Presse.