Fabian Federl com o artigo "O negócio", publicado pela Süddeutsche Zeitung Magazin, foi o vencedor no lado da imprensa alemã do prémio, que distingue, anualmente, textos jornalísticos publicados na Alemanha e em Portugal sobre a cultura, sociedade, economia e política do outro país.
Nesta primeira edição, foram submetidas cerca de 70 candidaturas de textos publicados em meios de comunicação social alemães ou portugueses no período compreendido entre 15 de abril de 2020 e 15 de abril de 2021.
Guilherme Correia da Silva (Rádio Renascença), com "Onda verde está a crescer na Alemanha a meses das eleições. Já podemos falar de alterações climáticas?" recebeu o segundo prémio, e Valdemar Cruz, com "A (outra) Batalha de Berlim", trabalho publicado pelo Expresso e Revista E, foi o terceiro classificado.
Os segundo e terceiro prémios para jornalistas alemães reconheceram os trabalhos de Elena Witzeck, com "Pôr o dedo na ferida até sangrar", publicado pelo Frankfurter Allgemeine Zeitung, e Lisa Frieda Cossham, com "Dançar junto ao mar", publicado pelo Die Zeit.
Dois júris independentes, constituídos por cinco personalidades do meio jornalístico de cada país, foram responsáveis pela seleção dos artigos.
O júri português é constituído por Mafalda Anjos, (Visão), Nuno Galopim (Expresso e RTP), Thomas Fischer (antigo correspondente em Portugal de jornais alemães e suíços), Luísa Meireles (diretora de informação da agência Lusa) e António Perez Metelo (jornalista e comentador de economia).
O júri alemão é composto por Cerstin Gammelin (Süddeutsche Zeitung), Heike Göbel (Frankfurter Allgemeine Zeitung), Ariel Hauptmeier (Escola de Reportagem de Reutlingen), Michaela Küfner (Deutsche Welle) e Norbert Thomma (Tagesspiegel).
O júri reconheceu a oportunidade e importância do trabalho de Joana de Sousa Dias, no ano em que Angela Merkel, chanceler federal e líder destacada da Alemanha desde 2005, abandonará o palco da política, considerando "necessário" um "balanço do seu legado em termos sociais e económicos, mas também ao nível doméstico, europeu e internacional".
"É precisamente isso que -- ao melhor estilo de uma agência noticiosa e de uma forma variada e bem fundamentada -- Joana de Sousa Dias consegue transmitir na sua série de artigos. Através de relatos, estudos de casos e análises, ela consegue, consultando múltiplas vozes, fazer o balanço de uma herança política que ficará na história da Alemanha e da Europa", de acordo com a nota de divulgação dos vencedores do prémio.
Na Alemanha, "O negócio", de Fabian Federl, foi eleito como o artigo vencedor pela unanimidade do júri.
"Com base num trabalho de investigação muito bom, Federl analisa e relata de modo invulgar os caminhos da migração, sem glorificar os migrantes nem censurar as empresas. Trata-se de esclarecimento jornalístico no seu melhor", explica a nota.
"O autor não assume uma posição moralista nem qualquer tom acusador, limita-se a descrever. A este 'negócio', que, de resto, pouco é mencionado -- a prestação de trabalho barato em troca de segurança --, Federl associa vivências concretas. De todos os artigos terá provavelmente sido a investigação mais árdua", acrescenta o texto.
Em cada um dos países são atribuídos prémios no valor de 2.000, 1.000 e 500 euros, bem como, para o primeiro e segundo classificados, uma viagem para duas pessoas à Alemanha ou a Portugal e, para o terceiro classificado, um jantar para duas pessoas.
O Prémio será hoje entregue aos vencedores às 19:00 de Lisboa, numa cerimónia privada na residência oficial do embaixador da Alemanha em Portugal, e em simultâneo em Berlim.
Todos os artigos estão disponíveis para consulta em português e alemão na página do Prémio de Jornalismo Luso-Alemão e as candidaturas à segunda edição encontram-se já abertas até 31 de janeiro de 2022, para artigos publicados entre 16 de abril de 2021 e 31 de janeiro de 2022.
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