Madeira critica "silêncio" do Governo sobre greve da Groundforce

O Governo da Madeira criticou hoje o "silêncio total" e "desleixo" do executivo da República em relação à greve da Groundforce e as suas consequências nos aeroportos do país, considerando "inaceitável" que não tenha garantido serviços mínimos.

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Lusa
17/07/2021 20:34 ‧ 17/07/2021 por Lusa

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Groundforce

"O Governo Regional lamenta o silêncio total do Governo da República, durante todo o dia de hoje, em relação à greve da Groundforce e ao impacto que a mesma está a ter nos aeroportos portugueses", diz o executivo madeirense, numa nota às redações.

A greve da Groundforce provocou o cancelamento de 274 voos nos aeroportos portugueses, até ao momento, dos quais 242 em Lisboa, segundo a ANA -Aeroportos de Portugal.

"Devido à greve nos serviços de 'handling' da Groundforce, foram cancelados, até ao momento, no aeroporto de Lisboa, 107 chegadas e 135 partidas", adiantou fonte oficial da gestora das infraestruturas, acrescentando que as companhias que operam com outras empresas de assistência em terra, assim como as que operam no Terminal 2 do aeroporto de Lisboa, "mantêm a sua operação".

Segundo a última atualização da gestora de aeroportos, foram também canceladas nove chegadas e nove partidas no Aeroporto do Porto, três chegadas e três partidas no Aeroporto de Faro, duas chegadas e duas partidas no Aeroporto da Madeira e também duas chegadas e duas partidas no Aeroporto do Porto Santo.

No documento divulgado pelo gabinete da Presidência do Governo Regional, de coligação PSD/CDS, lê-se que esta paralisação também afetou os dois aeroportos madeirenses, embora, "ao espírito de missão" e "à colaboração da própria empresa e dos seus trabalhadores, o impacto" foi menor do que no resto do país.

O Governo da Madeira destaca que estes "entenderam os argumentos [do executivo insular], foram solidários com o momento difícil que o turismo" desta região atravessa e asseguraram, "na generalidade, o serviço previsto para este dia nos aeroportos" do arquipélago.

Também considera que houve "uma demonstração de responsabilidade e colaboração face ao período atual", pelo que decidiu "saudar, elogiando e enaltecendo essa forma diferente de atuar dos responsáveis e dos funcionários de cá [Madeira] face ao que se passou no resto do país", depois do diálogo mantido.

"No entanto, apesar deste menor impacto, as consequências para a região, para o seu turismo, são sempre negativas", sublinha.

O Governo Regional menciona que no arquipélago a greve provocou o cancelamento de dois voos a partir de Lisboa e um do Porto, e um 'charter' para o Porto Santo.

Ainda "houve vários voos que chegaram atrasados" e outras ligações para o Porto Santo "chegaram àquele destino sem a bagagem de passageiros", acrescenta.

"Dezenas de voos diretos, sem passar por Lisboa e por Porto, fizeram-se com normalidade, sem atrasos ou cancelamentos", acrescentou.

No entender do executivo, este tipo de situações "deixam sempre sequelas na imagem de qualquer destino, ainda mais numa altura tão complicada como esta", e argumenta que "as consequências negativas aconteceram devido a problemas nos aeroportos de origem, nomeadamente os do Porto e de Lisboa, e não resultaram de anomalias na operação nos aeroportos".

"O que se estranha mais é que o Governo da República tenha feito pouco ou nada para minimizar os efeitos desta greve, que era conhecida há muito tempo, numa altura em que se precisa da retoma turística como do 'pão para a boca", aponta.

Para o Governo da Madeira, o facto de não terem sido acautelados os "serviços mínimos por este Governo da República é inaceitável".

"Num período de férias, de regressos a casa, de retoma de atividade, permitir que uma empresa de 'handling' -- que é quem faz todo o apoio ao nível das malas, das escadas dos aviões, da deslocação dos aviões na placa -- possa fazer greve sem exigir serviços mínimos é, convenhamos, um desleixo muito grande por parte do Governo da República", enfatiza.

O governo madeirense realça que não se ter registado "uma adesão massiva à greve" contribuiu para não colocar em causa a operacionalidade nos aeroportos da região, tendo sido cancelados "apenas três ou quatro situações" dos mais de 50 movimentos programados.

Hoje é o primeiro dia da greve convocada pelo Sindicato dos Técnicos de 'Handling' de Aeroportos (STHA), como protesto pela "situação de instabilidade insustentável, no que concerne ao pagamento pontual dos salários e outras componentes pecuniárias" que os trabalhadores da Groundforce enfrentam desde fevereiro de 2021.

A paralisação vai prolongar-se pelos dias 18 e 31 de julho, 01 e 02 de agosto, o que levou a ANA a alertar para constrangimentos nos aeroportos nacionais, cancelamentos e atrasos nos voos assistidos pela Groundforce, nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro, Funchal e Porto Santo.

Além desta greve, desde o dia 15 de julho que os trabalhadores da Groundforce estão também a cumprir uma greve às horas extraordinárias, que se prolonga até às 24:00 do dia 31 de outubro de 2021.

Leia Também: Cancelados 274 voos no país devido à greve da Groundforce

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