O Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC)/FENPROF condenou, esta quinta-feira, a agressão a uma professora no concelho da Figueira da Foz por parte de um grupo de mulheres e criticou a "reação frouxa" da tutela.
“O SPRC/FENPROF condena veementemente mais este ato de violência extrema, manifestando o seu forte repúdio”, começou por afirmar o sindicato num comunicado enviado às redações, acrescentando que “nos últimos anos foram conhecidos atos de violência sobre docentes, perpetrados tanto por alunos, como por familiares seus”.
O sindicato manifestou “toda a solidariedade” com a professora agredida no no Centro Escolar de Vila Verde e garantiu que se irá associar às iniciativas que vierem a ser desenvolvidas de apoio e “disponibilizará os seus serviços jurídicos para apoiar o recurso à justiça”, caso o Ministério da Educação não o faça ou a docente prefira.
Na nota, o SPRC/FENPROF considera que, em relação às agressões, a “reação do Ministério da Educação – e mais do que a reação, a tomada de medidas – tem sido frouxa, tendo em conta a gravidade dos acontecimentos”.
Apesar do “repúdio genérico” que se tem ouvido do Ministério da Educação, “os professores esperam ouvir mais do que isso”. “Exigem-se uma afirmação clara contra a violência exercida sobre os professores e o anúncio de medidas concretas destinadas a preveni-la e, como é o caso, a apoiar as suas vítimas”, frisa o comunicado.
O apoio às vítimas “não deve esgotar-se no contacto com o/a docente agredido/a”, mas terá também de “incluir os adequados apoios, designadamente no plano psicológico, material e jurídico”.
Para o sindicato, “este tipo de episódios não é alheio à continuada desvalorização da profissão docente e ao profundo desrespeito pelos professores que as próprias entidades públicas têm vindo a permitir ou a promover, com graves consequências no plano social, nomeadamente na imagem dos profissionais” e, por isso, a FENPROF tem apresentado “um conjunto de propostas” que não têm sido acolhidas pelo Governo.
Entre as propostas do sindicato está a consideração da agressão a docentes como crime público, a disponibilização de apoio jurídico e o reforço de pessoal auxiliar e outro nas escolas.
A agressão na Figueira da Foz ocorreu na tarde de terça-feira no Centro Escolar de Vila Verde, que integra o Agrupamento de Escolas Figueira Mar. A professora, com cerca de 40 anos, foi agredida com murros e pontapés à porta do estabelecimento de ensino, tendo sido transportada para o Hospital Distrital da Figueira da Foz.
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