O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, revelou numa declaração feita a partir de Tábua, no distrito de Coimbra, que vão decorrer mais operações relacionadas com uma alegada rede criminosa responsável pela introdução de milhares de migrantes ilegais na Europa e que atuava a partir de Portugal.
"Outras operações desta natureza irão ocorrer nos próximos tempos dado que há muitos procedimentos de inquérito abertos", afiançou aos jornalistas.
Questionado sobre o facto da rede se ter aproveitado, de uma forma fraudulenta, de uma lei nacional de 2017, única no espaço Schengen, que permite que os migrantes aguardem pelas entrevistas das autoridades portuguesas, o governante garantiu que "o erro está no crime, nas práticas que procuram contornar a estrutura normativa e legislativa" e não na lei ou nas plataformas do Estado.
"Não estamos a facilitar nada tanto mais que as instâncias judiciárias estão a fazer o seu trabalho e eu diria que a integração dos inspetores do SEF na PJ vai, nos próximos tempos, capacitar o nosso sistema de segurança interna no combate às prtáticas ilegais e tráfico de seres humanos", defendeu, acrescentando que "as práticas de auxílio à imigralão ilegal ou o tráfico de seres humanos devem merecer uma atuação pronta, eficaz e que garanta a salvaguarda dos Direitos Humanos e do Estado de Direito".
Recorde-se que várias pessoas foram já detidas, na zona da Grande Lisboa, por suspeitas de pertencerem a uma associação criminosa que introduzia migrantes ilegais na Europa, a partir de Portugal.
De acordo com a CNN Portugal, a rede submetia centenas de milhares de requerimentos online na plataforma SAPA – Sistema Automático de Pré-Agendamento do SEF - de forma a colocar este serviço em pré-rutura.
Aproveitando-se desta incapacidade de dar vazão à chamada dos candidatos, milhares de migrantes recrutados pela rede, cada um a troco de milhares de euros, puderam circular livremente pela Europa com a premissa de estarem à espera de entrevistas das autoridades portuguesas.
Leia Também: PJ desmantela rede de imigração ilegal em Lisboa. Há vários detidos