Associação de vítimas de abusos na Igreja recebida por Marcelo dia 12
A Associação Coração Silenciado, que representa vítimas de abusos sexuais na igreja católica, vai ser recebida pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 12 de janeiro, adiantou hoje a associação.
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País Abusos na Igreja
Dois dias depois, em 14 de janeiro, domingo, a Associação Coração Silenciado será recebida pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), um encontro anunciado desde final de dezembro e que acontece na Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo, no Santuário de Fátima.
Na reunião devem participar, pelo episcopado português, o presidente e vice-presidente da CEP, José Ornelas e Virgílio Antunes, respetivamente, e o secretário da Conferência, padre Manuel Barbosa.
O encontro realiza-se dois meses depois de a Coração Silenciado ter manifestado, em carta aberta aos bispos católicos portugueses, "tristeza, desagrado e indignação" pela forma como têm "lidado com o tema dos abusos sexuais na Igreja que conduzem".
Na carta, datada de 02 de novembro, a associação considerava que "nove meses depois da apresentação do relatório da comissão criada (...) para o estudo deste tema, (...) muito poucas foram as ações desenvolvidas e as atitudes concretas levadas a cabo".
Acusando a Igreja de estar a valer-se da prescrição dos casos, em termos criminais, a Coração Silenciado alertava que o "sofrimento não prescreve! Só acresce!".
Na carta aberta, os bispos são também questionados sobre quantos "já se reuniram, ao jeito do Papa Francisco, com as vítimas" das suas dioceses e quantos já entraram em contacto com a associação, ao mesmo tempo que a CEP era acusada de não ter ainda formalizado "nenhum convite para diálogo, para saber o que sentem as vítimas, o que precisam, o que esperam da Igreja em Portugal".
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que o Ministério Público (MP) tem abertas 14 investigações sobre alegados abusos sexuais no contexto da Igreja Católica e arquivou outras 26 desde 2022.
Segundo a contabilização da PGR enviada à Lusa, as denúncias foram remetidas pela Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra Crianças na Igreja Católica, pela Comissão de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis do Patriarcado de Lisboa, pelo Grupo VITA e por outros denunciantes.
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