ULS Médio Tejo aposta numa maior partilha de informação entre serviços

Uma permanente interligação entre as unidades de cuidados primários e hospitalares, permitindo que médicos e doentes partilhem mais informação, está "em pleno funcionamento" na Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo, no âmbito do projeto "Linha Direta".

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Lusa
13/08/2024 16:12 ‧ 13/08/2024 por Lusa

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Saúde

"Através deste interface tecnológico, os médicos de família especialistas em Medicina Geral e Familiar podem consultar os colegas especialistas em questões específicas, ou na observação de um doente, sem necessidade de encaminhamento para o hospital para a realização de uma segunda observação física", destacou hoje a ULS em comunicado, notando que o sistema "permite que ambos os médicos estejam de facto a ver e conversar com os utentes e colegas, em tempo real, e com uma qualidade de imagem extraordinária".

 

Em sentido inverso, acrescentou, "também os clínicos dos cuidados hospitalares podem utilizar esta tecnologia para complementar elementos sobre o historial de saúde do utente".

Para operacionalizar o programa, foram adquiridos mais de 100 computadores.

O "Linha Direta" é um dos dois projetos destacados pela ULS, com sede em Torres Novas (distrito de Santarém), numa nota em que faz um balanço da sua atividade desde a entrada em funcionamento, em janeiro: no primeiro semestre do ano, foram implementadas 17 das 32 medidas prioritárias para 2024, com "ganhos de saúde e eficiência", destacando-se a interligação entre os diferentes níveis de cuidados.

"São mais de metade dos 32 projetos que a nova instituição se comprometeu a pôr em marcha no seu primeiro ano de atividade", sublinhou a entidade gestora, que apresentou os seus eixos estratégicos do ano em janeiro, com um orçamento de 203 milhões de euros.

Citado no comunicado, o presidente da administração, Casimiro Ramos, afirma que "a criação das unidades locais de saúde tem sido um catalisador fundamental para esta mudança" e para o "aproximar os cuidados de saúde das comunidades".

A ULS Médio Tejo dá resposta direta a cerca de 169.274 utentes dos concelhos de Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Sardoal, Tomar, Torres Novas, Vila Nova da Barquinha e Vila de Rei, concelhos dos distritos de Santarém e Castelo Branco. A estrutura possui três hospitais: Abrantes, Tomar e Torres Novas, separadas entre si por cerca de 30 quilómetros.

Entre as iniciativas já concretizadas, é referido também o projeto "Gestão de Casos Clínicos", através do qual são realizados "mensalmente, pelas distintas especialidades clínicas, 'workshops' temáticos, e debatidos casos clínicos entre médicos hospitalares e médicos dos cuidados de saúde primários".

A medida "vem potenciar a partilha e atualização permanente de conhecimentos, para um melhor atendimento clínico".

Segundo a nota, dos 32 projetos definidos, "a esmagadora maioria -- um total de 22 -- dizem respeito à implementação de melhorias diretamente relacionadas com a prestação de cuidados de saúde" e as restantes 10 referem-se à melhoria de procedimentos e sistemas de informação.

A ULS Médio Tejo, que referiu ter alcançado neste período a acreditação integral das três unidades hospitalares pelo modelo internacional ACSA (Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucia), com o nível máximo de "Bom", destacou ainda a criação de um centro de investigação e inovação "dirigido a todos os profissionais, acolhendo e valorizando os seus projetos, tendo como ponto de partida o utente e a melhoria contínua de práticas e serviços de saúde".

Ao nível da Ortopedia, foi criada uma equipa de "enfermeiros especializados em reabilitação e em articulação com os cuidados de saúde primários" e, na Pneumologia, há agora "equipas multidisciplinares a darem resposta diferenciada a utentes com doença pulmonar e/ou respiratória crónica graves".

Por outro lado, acrescentou a unidade gestora, a nova Consulta de Diagnóstico e Acompanhamento Pneumológico está a dar especial atenção os casos de tuberculose e a "consultas de apoio intensivo à cessação tabágica.

Leia Também: Utentes do Médio Tejo pedem "reforço de investimento" na saúde e serviços

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