"Não estamos em condições de reconhecer a vitória do presidente Maduro"

O ministro dos Negócios Estrangeiros português defendeu a necessidade de conhecer as atas eleitorais oficiais para ser possível reconhecer a vitória de Nicolás Maduro nas presidenciais venezuelanas.

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Notícias ao Minuto
29/08/2024 16:54 ‧ 29/08/2024 por Notícias ao Minuto

País

Paulo Rangel

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou, esta quinta-feira, que há vários países da União Europeia (UE), incluindo Portugal, que "não estão em condições de reconhecer a vitória" de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela

 

"Nós não estamos em condições de reconhecer a vitória do presidente Maduro, que é o presidente que está em funções neste momento, porque continua sem haver atas eleitorais", começou por referir em declarações aos jornalistas, em Bruxelas, à margem de uma reunião de ministros da UE. "Sem elas, não é possível validar nem fazer esse reconhecimento".

Foi também discutido o "aumento da repressão" na Venezuela, com "prisões arbitrárias, várias pessoas detidas com problemas de saúde, e condicionamentos na liberdade de expressão".

"Esse endurecimento do regime é condenado pela UE e também pelos Estados-membros, incluindo Portugal. Continuamos em contacto estreito com todos os países da UE, mas também com o Brasil e Colômbia, Chile e México, sempre no sentido de encontrar uma solução que possa permitir uma transição em que todas as partes possam dialogar e garantir a democracia, liberdade de expressão e os resultados eleitorais", acrescentou.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de milhares de detenções e dezenas de mortos e feridos.

Leia Também: Luso-venezuelanos querem que Portugal reconheça Urrutia como presidente

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