O Governo escolheu para diretor do Estabelecimento Prisional (EP) de Vale de Judeus Carlos Moreira, "jurista experiente na gestão e liderança de estabelecimentos prisionais".
Em comunicado, o Ministério da Justiça avança que "a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, deu acolhimento aos fundamentos contidos na proposta da diretora-geral de Reinserção e Serviços Prisionais (em substituição)".
Carlos Moreira, é licenciado em Direito e Mestre em Direito e Segurança, transita da direção do EP da Carregueira, onde desempenhava funções desde 2022. Antes, dirigiu o EP do Linhó, o EP de Pinheiro da Cruz e o EP de Olhão.
"O nomeado desempenhou ainda funções na Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e como jurista nos EP de Caixas e do Linhó", conclui-se na nota informativa.
A nomeação é feita por um período de três anos, renováveis, até ao máximo de três renovações.
Fonte do Ministério da Justiça disse à agência Lusa que sobe a diretora da Carregueira a atual sub-diretora, Joana Rodrigues, e que o despacho de nomeação "está pronto" e "que será publicado para a semana".
Segundo a mesma fonte, Joana Rodrigues "vai manter a linha de funcionamento e de estabilidade" da cadeia da Carregueira.
O ministério indica que a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, deu acolhimento nesta nomeação aos fundamentos contidos na proposta da diretora-geral de Reinserção e Serviços Prisionais, em substituição após a demissão do cargo de Rui Abrunhosa Gonçalves, na sequência da fuga dos reclusos de Vale de Judeus.
O novo diretor da prisão de Vale de Judeus, que entre 2000 e 2003 desempenhou as funções de guarda prisional nas cadeias de Alcoentre e de Torres Novas, licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade Autónoma de Lisboa no ano letivo de 2007/2008, tirou uma pós-graduação em Direito e Segurança na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa em 2011e outra em Gestão Pública no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa) em 2020.
É também mestre em Direito e Segurança pela Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa desde 2016.
Cinco reclusos fugiram a 07 de setembro do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.
A ministra da Justiça só falou publicamente da fuga três dias depois para afirmar que resultou "de uma cadeia sucessiva de erros e falhas muito graves, grosseiras e inaceitáveis".
Com base no relatório da auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Rita Alarcão Júdice explicou que a fuga dos reclusos "demorou seis minutos" e só foi detetada cerca de uma hora depois.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
[Notícia atualizada às 18h47]
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