Rangel repudia acusação do BE de ser "barqueiro do genocídio"
O ministro do Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, repudiou hoje as declarações da líder bloquista, que o apelidou de "barqueiro das bombas do genocídio" dos palestinianos, recusando "lições de direitos humanos" do Bloco de Esquerda.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
País Médio Oriente
"Eu não durmo sossegado quando há uma deputada que representa o povo português que me acusa de ser o barqueiro do genocídio", declarou hoje no parlamento o chefe da diplomacia, dirigindo-se à bancada do BE, cuja coordenadora, Mariana Mortágua, afirmou há dias que Paulo Rangel "ficará na História como o barqueiro das bombas do genocídio do povo palestiniano".
As críticas do BE ao governante estão relacionadas o navio "Kathrin", que tinha bandeira portuguesa e que na sexta-feira passada pediu para retirar, que transportava explosivos destinados a empresas de fabrico de armas de Israel, Polónia e Eslováquia.
Hoje na Assembleia da República, durante o debate sobre as prioridades da presidência húngara do Conselho da União Europeia e sobre a participação de Portugal no processo de construção da UE, Paulo Rangel afirmou que esteve "sempre a trabalhar" sobre este caso e que agiu "com transparência".
"Não tolero à sua líder, eu perdoo mas não tolero", disse, dirigindo-se ao líder da bancada bloquista, Fabian Figueiredo.
O BE, acrescentou Rangel, "fala com muita arrogância", mas "não dá a este governo nem a este ministro lições de direitos humanos".
O governante criticou ainda a insistência do BE e do PCP para que o Governo reconheça formalmente o Estado da Palestina.
"O Governo esteve nas vossas mãos e nunca obrigaram o Governo de António Costa a reconhecer a Palestina", afirmou, enquanto insistiu que foram executivos do PSD/CDS-PP (de Pedro Passos Coelho e de Luís Montenegro) a votar favoravelmente a admissão da Palestina como membro observador e, em maio, a recomendação para ser membro de pleno direito das Nações Unidas.
Fabian Figueiredo condenou a "decisão infame" do chefe da diplomacia israelita, Israel Katz, de declarar "persona non grata" o secretário-geral da ONU, António Guterres, que, disse, "orgulha a todos no teatro das nações e que se impõe como a voz pela paz e pela razão".
O BE questionou o ministro dos Negócios Estrangeiros se admite aplicar a mesma medida a Israel Katz, "o que deve ser o destino de todos os carniceiros", mas Rangel não respondeu.
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