Vasco Cordeiro diz que centralização do Orçamento da UE "é inconcebível"

O presidente do Comité das Regiões Europeu, Vasco Cordeiro, considerou hoje "inconcebível" a centralização do Orçamento da União Europeia a longo prazo, deixando de fora cidades e municípios, "responsáveis por cerca de 50% do investimento público".

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Lusa
07/10/2024 12:39 ‧ 07/10/2024 por Lusa

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Orçamento

 "Como é que é possível considerar que este projeto, que se alicerça no objetivo essencial de garantir a coesão territorial, economia e social, pura e simplesmente exclui ou pretende, se as notícias são verdadeiras, as regiões e cidades? Pretende vir a excluir quem operacionaliza, quem é responsável por cerca de 50% do investimento público?", questionou indignado.

 

O presidente do Comité das Regiões europeias, Vasco Cordeiro, e a comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, lançaram hoje a 22.ª Semana Europeia das Regiões e dos Municípios, numa conferência de imprensa que decorreu esta manhã em Bruxelas.

Questionado pelos jornalistas sobre o primeiro rascunho do modelo do próximo quadro financeiro plurianual, a partir de 2028, que dá conta que a gestão passa a ser centralizada em Bruxelas e nos governos, Vasco Cordeiro disse que tal "é inconcebível!", podendo mesmo colocar em risco o projeto europeu.

"Nós estamos a falar de duas visões completamente diferentes daquilo que deve ser a Europa no futuro", acrescentou.

Já a comissária europeia da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, considerou que nem tudo o que sai nas notícias é a realidade e que há testes que se vão fazendo e que geram reações.

"Continuo a acreditar, até porque há compromissos muito sérios por parte da presidente que se mantêm, há todo um trabalho muito sério que foi feito: há muitos parceiros e outras instituições, como são os próprios estados-membros, o Comité das Regiões, as regiões, o Parlamento Europeu e, portanto, penso que todos nós, que somos europeus, temos uma palavra a dizer na construção da Europa", sustentou.

Na sua intervenção, Elisa Ferreira destacou que acredita na política de coesão, embora esta não seja perfeita.

"Mas, o essencial da política de coesão, penso eu, vai ser mantido. Confio nisso, porque confio nos compromissos políticos a que assisti e que foram feitos com os cidadãos de Europa", concluiu.

A Semana Europeia das Regiões e dos Municípios, que decorre até quinta-feira, é o maior evento anual em Bruxelas dedicado à política de coesão.

Sob o lema "Capacitar as Comunidades", a edição deste ano acolhe cerca de 5 mil participantes, em quase 200 sessões, para debater desafios comuns para as regiões e os municípios da Europa.

As sessões abordarão temas como o contributo da política de coesão para reforçar a competitividade e a convergência nas regiões e nos municípios europeus e formas de melhorar o crescimento inteligente e sustentável e reforçar a democracia europeia.

 

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