Reitora da Católica diz que a educação "não pertence ao Estado"

A reitora da Universidade Católica Portuguesa (UCP), Isabel Capeloa Gil, considerou hoje, em Fátima, que a educação "não pertence ao Estado" e "não é uma fábrica de doutrinação ideológica do Estado".

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Lusa
10/10/2024 16:53 ‧ 10/10/2024 por Lusa

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Universidade Católica Portuguesa

Ao intervir no primeiro dia de trabalhos do II Congresso Nacional da Escola Católica, que decorre em Fátima até sexta-feira, acrescentou que "é preciso respeitar as opções que as famílias tomam em relação à educação dos seus filhos", assumindo que "não existe neutralidade no processo e educativo".

 

Sublinhando que "as escolas católicas são a maior rede global" no setor do ensino, não sendo "apenas para católicos, mas para o mundo", a reitora da UCP assegurou que "a proposta educativa das escolas católicas cultiva a dignidade humana, prepara para a cooperação e não para a competição, favorece um caminho para saber como pensar e não o contrário".

Após a intervenção de Isabel Capeloa Gil, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC), Jorge Cotovio, fez o historial da presença das instituições católicas no ensino, desde os mosteiros até à atualidade, sublinhando a resistência dos estabelecimentos de ensino ligados a instituições católicas.

Na sua intervenção, Cotovio lamentou que a administração, ainda hoje, continue "enformada pela mentalidade pombalina", querendo a educação na esfera do Estado.

Já no início dos trabalhos do congresso, o presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, o bispo de Vila Real, António Augusto Azevedo, havia alertado que "o ensino em Portugal não se resume à escola pública, como às vezes parece querer-se fazer entender".

Para a Igreja, "a Educação não é uma posição de conveniência ou uma oportunidade de negócio", afirmou o prelado, manifestando a "disponibilidade da Igreja para dialogar com o Estado", nomeadamente com o Ministério da Educação.

O II Congresso Nacional da Escola Católica conta com a participação de mais de 300 representantes de mais de uma centena de escolas católicas nacionais, que congregam mais de 66 mil alunos, e tem como fio condutor o "Pacto Educativo Global", proposto pelo Papa Francisco em 12 de setembro de 2019.

Na mensagem divulgada nesse dia, o pontífice apontava para a necessidade de uma "aliança entre todos os componentes da pessoa: entre o estudo e a vida; entre as gerações; entre os professores, os alunos, as famílias e a sociedade civil, com as suas expressões intelectuais, científicas, artísticas, desportivas, políticas, empresariais e solidárias".

Na tarde de sexta-feira, o programa conta com uma conferência de Mário Pinto, professor jubilado da Universidade Católica, sobre "Liberdade de educação inegociável e Pacto Educativo".

Leia Também: Quase 23% dos alunos de seis universidades em Portugal tem doença mental

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