Um idoso de 94 anos que necessitava de realizar uma trombectomia urgente foi o primeiro doente a ‘estrear’ o novo Heliporto São João, na quinta-feira.
“Vindo do distrito de Bragança, mais concretamente de Macedo de Cavaleiros, o doente com 94 anos aterrou no Heliporto para uma Via Verde AVC (Acidente Vascular Cerebral)”, detalhou o Centro Hospitalar Universitário São João (CHUSJ), num comunicado enviado às redações.
A equipa do INEM aterrou com o doente pelas 18h45, ao fim de um percurso de cerca de 35 minutos. Os serviços de emergência adiantaram que “foram poupados 45 minutos neste trajeto que, anteriormente, era feito sem o recurso a esta plataforma com ligação direta à Urgência”.
“É uma vitória do São João, dos profissionais, da cidade, do INEM, de todos nós. E para o bem de todos!”, destacou a presidente do Conselho de Administração da ULS São João, Maria João Baptista.
Já a diretora do Serviço de Urgência, Cristina Marujo, destacou que “todo o processo tem [...] de ser muito rápido e coordenado”, uma vez que se trata de “uma doença em que tempo é vida”.
“Todo o tempo perdido é órgão (neste caso, cérebro) que se vai perder, uma vez que, quando privadas de oxigénio pelo coágulo, as células cerebrais morrem”, explicou.
A infraestrutura, que recebeu há uma semana a autorização emitida pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para operar voos de emergência médica, “garante o acesso rápido e eficiente a cuidados altamente diferenciados, crucial na resposta a casos de trauma grave, sépsis, neurocríticos, entre outras situações”.
“Nestes casos, seja em idade adulta ou pediátrica, os serviços de Urgência e Medicina Intensiva do São João são referência para a zona Norte do país, pelo que é necessário reduzir os tempos de transporte e diminuir os riscos associados à transferência de doentes. Além disso, o São João está integrado no plano de Proteção Civil regional e nacional, como componente central de resposta médica em casos de catástrofes naturais, acidentes de elevada dimensão, entre outros”, recordou a nota.
Construído de raiz numa plataforma elevada, o Heliporto tem ligação direta ao Serviço de Urgência e “destina-se à operação de helicópteros de emergência médica, disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano”.
O projeto representa um investimento superior a um milhão e meio de euros e é cofinanciado pela União Europeia, através do Fundo Europeu para o Desenvolvimento Regional, com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
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