Em causa está a um processo de demolição de 15 casas autoconstruídas e o despejo de nove apartamentos num bairro clandestino da freguesia de Santa Iria da Azoia, em Loures, onde viviam perto de uma centena de pessoas, a maioria imigrantes.
Na sessão pública da Assembleia Municipal de Loures, que decorre esta noite no Palácio dos Marqueses da Praia e de Monforte, representantes das 26 famílias intervieram na parte dedicada ao público para pedir uma solução habitacional à liderança do executivo (PS).
"Não vivemos nesta situação porque queremos. Queríamos viver numa situação regular e segura. Não tivemos outra alternativa. O que resta é que a Câmara e o Estado nos dê apoio. Queremos colaborar e pagar rendas", afirmou Lor Neves, um dos moradores que será despejado.
Outro dos intervenientes foi Gonçalo Filipe, do movimento Vida Justa, que afirmou que apesar de precária "esta foi a única alternativa encontrada pelas cerca de 100 pessoas que residiam naquelas habitações na Rua das Marinhas do Tejo, junto à fábrica da Sidul, na Estrada Nacional 10, em Santa Iria da Azoia.
"A demolição não resolve a precariedade destas famílias", argumentou.
Em resposta, a vice-presidente da Câmara Municipal de Loures e responsável pelo pelouro da Habitação, Sónia Paixão (PS), reiterou que a autarquia está a acompanhar todos os casos e que irá dar uma resposta.
"Foi feito um retrato dos agregados familiares e contactada a Segurança Social para uma resposta urgente. Agora, a situação em que estão não é regular. Não é o que eu quero para vocês", respondeu a autarca.
Relativamente às críticas de que a Câmara de Loures está a mostrar insensibilidade para com as famílias, a autarca assegurou que a autarquia está a cumprir a legislação e o regulamento municipal de habitação.
"Nós temos uma bolsa de habitação. Vocês sabem quantas famílias é que estão inscritas nessa bolsa? Temos 903 famílias inscritas e que são residentes no concelho de Loures", apontou.
Esta tarde, em conferência de imprensa, a vice-presidente da Câmara de Loures tinha indicado que 79 das 99 pessoas que se encontravam nesta situação têm residência em outros concelhos do país.
A demolição destas habitações esteve prevista para hoje, mas, segundo indicou fonte da Câmara Municipal de Loures à agência Lusa não existe para já um prazo definido, uma vez que ""o foco é encontrar uma resposta social para estes moradores".
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