Advogado João Pedro Lopes refere que nunca disse que ia corromper ex-vice de Gaia

O advogado João Pedro Lopes afirmou hoje em tribunal que nunca disse aos promotores de projetos imobiliários em Gaia que ia corromper o ex-vice-presidente da câmara Patrocínio Azevedo, mas sim que a troco de dinheiro lhes resolveria problemas.

Notícia

© iStock

Lusa
10/02/2025 13:23 ‧ há 10 horas por Lusa

País

Operação Babel

"Nunca disse a Paulo Malafaia [um dos empresários imobiliários], nem a qualquer outra pessoa que ia corromper o engenheiro Patrocínio Azevedo, dei a entender que ia conseguir resolver os problemas e que, para isso, queria determinado montante", disse hoje o arguido na Operação Babel, perante o coletivo de juízes do Tribunal de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

 

E insistiu: "Dei a entender que o dinheiro não era para mim, que era para terceiros, mas nunca disse que ia corromper o engenheiro Patrocínio. Não sei o que ia na cabeça deles".

Depois, e num depoimento confuso, o advogado assumiu que tentou criar um cenário que era para o ex-autarca.

"Nunca lhes disse abertamente que este dinheiro era para, dei a entender que conseguia facilitar a solução, através de dinheiro", frisou.

João Pedro Lopes explicou que a sua mais-valia neste caso era ter a facilidade de marcar reuniões com o ex-vice-presidente, nada mais do que isso.

"Não houve nenhuma aceleração de procedimentos", garantiu.

A Operação Babel, relacionada com a alegada viciação e violação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Gaia, tem 16 arguidos, incluindo Patrocínio Azevedo, os empresários do ramo imobiliário Paulo Malafaia e Elad Dror, fundador do grupo Fortera, acusados de dezenas de crimes económicos, como corrupção e tráfico de influências.

O Ministério Público (MP) sustenta que Elad Dror e Paulo Malafaia "combinaram entre si desenvolverem projetos imobiliários na cidade de Vila Nova de Gaia, designadamente os denominados Skyline/Centro Cultural e de Congressos, Riverside e Hotel Azul", contando com o alegado favorecimento por parte do antigo vice de Gaia, que receberia em troca dinheiro e bens materiais como relógios.

Segundo o MP, o advogado João Pedro Lopes, igualmente arguido neste processo, fazia a ponte de Paulo Malafaia e Elad Dror com Patrocínio Azevedo.

João Pedro Lopes referiu que, a certa altura, os empresários, nomeadamente Paulo Malafaia e Elad Dror, perceberam que o dinheiro não era para terceiros, nomeadamente para Patrocínio Azevedo, mas para si.

"Até pela insistência que eu fiz, aliás, as próprias mensagens demonstram que o dinheiro era para mim. Depois eles [empresários] confessaram que sabiam que o dinheiro era para mim e não para o Patrocínio", atirou.

O advogado reafirmou que, no total, recebeu 50 mil euros dos empresários e não 125 mil euros, tal como sustenta a acusação.

Esse dinheiro foi usado para despesas familiares e de saúde, revelou.

Leia Também: Babel. Advogado diz ter usado nome do ex-vice de Gaia para pedir dinheiro

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas