Militar que morreu nos Comandos terá sido obrigado a comer terra
O jovem que se sentiu mal durante um curso dos Comandos não terá sido assistido de imediato. Em vez disso foi “obrigado a comer terra”, de acordo com vários relatos recolhidos pela RTP.
© Reuters
País Exército
Hugo Abreu, o militar de 20 anos que perdeu a vida após um “golpe de calor” num treino do curso de Comandos do Exército, terá sido obrigado a comer terra quando se sentiu mal e caiu ao chão.
“Depois de ele cair por terra o sargento Rodrigues pô-lo a respirar terra e a comer terra”, contou a mãe do jovem aos jornalistas do programa da RTP 'Sexta às Nove', que a entrevistaram na sua casa, em França.
Esta versão dos factos foi corroborada por outros intervenientes do curso de Comandos, contactados individualmente e, portanto, sem saberem que os dados estavam a ser cruzados.
Todos disseram que o jovem foi forçado a comer terra quando já estava no chão, a sofrer convulsões e quase inconsciente, e que não lhe foi dada água porque os militares em treino só podem beber água com ordem de um instrutor.
Hugo Abreu foi o primeiro de dois militares a morrer na sequência do treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, no dia 4 de setembro.
A temperatura atingiu nesse dia os 40 graus e vários outros militares tiveram de receber assistência hospitalar após sofrerem o que se disse ser “um golpe de calor”.
O caso já desencadeou investigações, instauradas quer pelo chefe do Estado-Maior do Exército, quer pela Procuradoria-Geral da República, e levou à suspensão de futuros cursos de Comandos do Exército.
Após a polémica, 17 militares, um oficial, quatro sargentos e 12 soldados, desistiram deste curso de Comandos, que entretanto foi retomado.
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