Sarampo: Sucesso do programa de vacinação não é exclusivo dos enfermeiros
O pediatra Luís Varandas afirmou hoje que o sucesso do Programa Nacional de Vacinação (PNV) deve-se a todos os profissionais de saúde e não é exclusivo do trabalho dos enfermeiros.
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País Pediatria
Luís Varandas, que coordena a comissão de vacinas da Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP), respondia desta forma à bastonária da Ordem dos Enfermeiros que hoje disse na Comissão Parlamentar da Saúde que o sucesso do PNV se deve aos enfermeiros.
Ambos os profissionais de saúde foram hoje ouvidos pelos deputados da comissão parlamentar de Saúde sobre o surto do sarampo e a vacinação, a pedido do PS e do PCP.
Aquando da sua intervenção, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, sublinhou o papel dos enfermeiros no sucesso do PNV e aproveitou para apresentar um conjunto de deficiências que poderão pôr em causa os resultados do PNV, como a falta de enfermeiros e problemas na conservação das vacinas.
Luís Varandas ressalvou que "o sucesso do PNV não é de uma classe profissional".
"É um mérito de todos nós. Isso tem de ser dito de forma clara", afirmou o pediatra, recordando que os pediatras são quase todos eles pró-vacinação.
Luís Varandas, tal como os outros elementos do grupo de peritos ouvido pelos deputados, não concorda com a obrigatoriedade da vacinação, "nem dos profissionais de saúde".
Igualmente pediatra, a ex-ministra da Saúde Ana Jorge recordou o papel proativo destes profissionais na questão da vacinação.
O médico e professor catedrático Jorge Torgal recordou que a cobertura vacinal dos profissionais de saúde é alta.
"Estes profissionais saberão, melhor que ninguém, a razão porque se devem vacinar", disse.
Daniel Pereira, da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), alertou para o crescimento do movimento anti-vacinação e confessou: "Não percebo. Nós, que vacinamos os nossos animais, como não vacinar as nossas crianças? Elas têm esse direito".
Filomena Pereira, diretora de serviços de educação especial e de apoios socioeducativos, salientou "o cuidado e empenho que as escolas têm evidenciado" na vigilância dos boletins de vacinas dos alunos.
"No boletim da matrícula pede-se a indicação se as pessoas são ou não vacinadas. Quando são avisados [da falta de vacinação], os pais imediatamente o fazem", disse.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, aproveitou para agradecer aos portugueses: "Em 53 anos, os nossos cidadãos deixaram-se vacinar, ano após ano, e é graças a eles que temos os níveis de vacinação atuais".
O atual surto de sarampo infetou 86 pessoas.
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