"Os comboios neste momento não são de fiar", declarou Assunção Cristas aos jornalistas, na estação de Coimbra B, no final de uma viagem com outros deputados e dirigentes do partido na Linha do Oeste.
Por isso, acrescentou, face aos problemas que existem e à ausência de respostas por parte do Governo, o CDS-PP vai solicitar a antecipação da reunião da comissão permanente da Assembleia da República, que estava agendada para 06 de setembro, para que o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, seja ouvido.
Na carta do grupo parlamentar do CDS-PP enviada ao presidente da Assembleia da República, os centristas requerem a Ferro Rodrigues que dê "início às diligências necessárias para a antecipação da comissão permanente para a próxima semana, designadamente, convocando a conferência de líderes para esse efeito".
Na missiva, os democratas-cristãos recordam "as diligências e os insistentes pedidos de esclarecimento ao Governo" por parte do partido e a "crítica generalizada ao colapso no transporte ferroviário" que tem sido feita.
"Apesar destas insistências o Governo não veio ainda dar resposta cabal a estas preocupações", sublinha o CDS-PP, considerando que "a situação é grave, séria e prejudica diariamente muitos milhares de portugueses".
Aos jornalistas, Assunção Cristas reiterou que o serviço ferroviário em Portugal "está um caos", acusando o Governo de ter feito "um desinvestimento sem precedentes" na ferrovia, o que tem implicações na qualidade do serviço prestado pela Comboios de Portugal (CP) e restantes empresas públicas do setor ferroviário.
"Este é o pior desinvestimento de sempre na ferrovia", sublinhou, criticando a forma como o executivo desvaloriza a situação.
"O assunto é sério e relevante", insistiu a líder do CDS-PP, que falava na gare de Coimbra B, também conhecida por Estação Velha.
A presidente do CDS-PP, o vice-presidente do partido Nuno Melo, e outros dirigentes centristas realizaram hoje diversas "ações de sensibilização e denúncia da situação do transporte ferroviário" em Portugal.
As iniciativas visaram alertar os portugueses para o "investimento público mais baixo de sempre na ferrovia em Portugal", a par da "pior execução e desperdício de fundos comunitários".