PSD quer ouvir ministra da Saúde na AR sobre mortalidade materna

O grupo parlamentar do PSD quer ouvir a ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, no parlamento sobre o aumento das taxas de mortalidade infantil e materna, divulgaram hoje os sociais-democratas.

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Lusa
02/12/2019 16:36 ‧ 02/12/2019 por Lusa

Política

Marta Temido

No requerimento apresentado na comissão parlamentar de Saúde, o PSD sustenta que no ano passado aquelas taxas de mortalidade sofreram "um brutal e preocupante agravamento, registando valores humanamente inaceitáveis, além potenciadores de significativo alarme social".

O PSD refere-se a 287 mortes durante o primeiro ano de vida em 2018, mais 58 do que em 2017, subindo a taxa de mortalidade infantil para 3,3 óbitos por mil nados-vivos, o valor mais alto desde 2009.

Relativamente a mortes maternas, "morreram, no ano passado, 17 mulheres, quase o dobro do que em 2017 e o triplo de 2015, subindo a taxa de mortalidade materna para 19,5 mortes por cada cem mil nascimentos, o valor mais alto das últimas décadas", apontam os sociais-democratas.

Antes das audições, os deputados do PSD pedem o envio por parte do Governo para a comissão de saúde de "todos os estudos realizados no âmbito do Ministério da Saúde a respeito do aumento das taxas de mortalidade materna e infantil verificados no ano de 2018".

Na sexta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou estar a decorrer uma investigação à morte de 17 mulheres durante a gravidez, parto e pós-parto, em 2018, e que espera apresentar os resultados até final do ano.

Nesse dia, o Bloco de Esquerda pediu a "audição urgente" da Diretora Geral da Saúde, Graça Freitas, no parlamento, e o grupo parlamentar do CDS-PP pediu também esclarecimentos ao Governo, através de um requerimento.

O jornal Público avançou na sexta-feira que a taxa de mortalidade na gravidez quase duplicou, passando, em valores absolutos, de nove mortes em 2017 para 17 em 2018.

Os números do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pelo jornal, revelam que só em Dezembro de 2018 registaram-se seis mortes de mulheres na sequência de gravidez, parto ou no puerpério (42 dias após o parto) -- o mesmo número do total de mortes em todo o ano de 2016.

Segundo as contas da Pordata, igualmente citadas pelo jornal, a taxa passou de 10,4 para 19,5 mortes por cada cem mil nascimentos e não atingia valores tão elevados desde 1980.

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