O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) questionou esta segunda-feira, 8 de junho, o Ministério da Saúde acerca das normas utilizadas para a interpretação de testes à Covid-19.
A questão surge "após [o partido] ter recebido relatos por parte de profissionais de saúde apreensivos com as normas da Direção-Geral da Saúde para a interpretação dos testes PCR de deteção", lê-se numa nota divulgada na página oficial do partido.
"Confirmando-se os relatos, podemos estar diante de uma situação em que os casos positivos estejam sub-identificados nos dados oficiais", problematiza a deputada do PAN, Bebiana Cunha.
Em causa, aponta a mesma, está o facto de "alguns sistemas de testes, seguindo as orientações da DGS, obterem resultados inconclusivos, não sendo dessa forma sinalizados no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica".
"A DGS considera que só podem ser considerados casos positivos as situações em que os testes realizados mostrem ambos os tipos de genes, os genes 'E' e 'N', excluindo como positivo todos os casos em que, no indivíduo testado, seja detetado somente o gene 'N' e que é exclusivo do novo coronavírus", alerta a deputada, referindo que esta orientação "é contrária às indicações de entidades como a Organização Mundial de Saúde".
"Se fossem seguidas as indicações dos fabricantes, indicações validadas por entidades como o Infarmed, a ECDC, o FDA, entre outros, seriam considerados testes positivos", acrescenta a deputada.
O partido pede assim um esclarecimento do Governo, através da tutela, face a este tema, assim "como as razões pelas quais se terá optado por seguir normas diferentes".