Costa manifesta-se "perplexo" com Rio e ataca modelo de baixos salários

O primeiro-ministro afirmou-se hoje "perplexo" com as advertências do presidente do PSD sobre um novo aumento do salário mínimo, considerando que não apresentou ideias para debate e repetiu a linha do seu antecessor, Pedro Passos Coelho.

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Lusa
23/09/2020 16:50 ‧ 23/09/2020 por Lusa

Política

Plano 2020/30

 

Hoje, na Assembleia da República, na abertura do debate temático sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, Rui Rio questionou António Costa se pretende "fomentar o desemprego" com a promessa de um "aumento significativo" do salário mínimo, comparando essa atitude à do executivo socialista liderado por José Sócrates em 2009.

Na resposta, o primeiro-ministro manifestou a sua "enorme perplexidade" por o líder social-democrata ter falado num debate sobre uma questão estratégica "sem uma única ideia e sem uma única proposta para o futuro".

"A única ideia que [Rui Rio] revelou ficou implícita na sua preocupação sobre o salário mínimo nacional. Até me pareceu ouvir o seu antecessor [Pedro Passos Coelho] falar aqui, em 2016, quando defendeu que o aumento do salário mínimo ia destruir a criação de emprego, ia destruir as empresas e a economia. Mas demonstrámos ao seu antecessor - e o senhor estará cá também para ver - é que o reforço do rendimento das famílias é uma condição essencial para revitalizar a economia", contrapôs António Costa.

Ainda na resposta ao presidente do PSD, o primeiro-ministro defendeu que as empresas do futuro não são as empresas dos baixos salários".

"São as empresas que beneficiam do investimento na inovação, que reforçam o seu capital, que se modernizam e aumentam a sua presença no mercado externo. Quem conta os sentimos do salário mínimo nacional são mesmo aqueles que recebem o salário mínimo. E para esses temos de responder prosseguindo com a trajetória de aumento do salário mínimo", frisou o líder do executivo.

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