Hoje, na Assembleia da República, na abertura do debate temático sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, Rui Rio questionou António Costa se pretende "fomentar o desemprego" com a promessa de um "aumento significativo" do salário mínimo, comparando essa atitude à do executivo socialista liderado por José Sócrates em 2009.
Na resposta, o primeiro-ministro manifestou a sua "enorme perplexidade" por o líder social-democrata ter falado num debate sobre uma questão estratégica "sem uma única ideia e sem uma única proposta para o futuro".
"A única ideia que [Rui Rio] revelou ficou implícita na sua preocupação sobre o salário mínimo nacional. Até me pareceu ouvir o seu antecessor [Pedro Passos Coelho] falar aqui, em 2016, quando defendeu que o aumento do salário mínimo ia destruir a criação de emprego, ia destruir as empresas e a economia. Mas demonstrámos ao seu antecessor - e o senhor estará cá também para ver - é que o reforço do rendimento das famílias é uma condição essencial para revitalizar a economia", contrapôs António Costa.
Ainda na resposta ao presidente do PSD, o primeiro-ministro defendeu que as empresas do futuro não são as empresas dos baixos salários".
"São as empresas que beneficiam do investimento na inovação, que reforçam o seu capital, que se modernizam e aumentam a sua presença no mercado externo. Quem conta os sentimos do salário mínimo nacional são mesmo aqueles que recebem o salário mínimo. E para esses temos de responder prosseguindo com a trajetória de aumento do salário mínimo", frisou o líder do executivo.