"A decência não prescreve". É esta a mensagem que se lê na faixa colocada pela Juventude Popular (JP), esta quarta-feira, junto à casa de José Sócrates, na Ericeira. Os jovens centristas deixaram ainda na caixa de correio do ex-primeiro-ministro um conjunto de propostas para combater a corrupção.
"Não nos esquecemos também das consequências que os anos de governação de Sócrates significaram para os jovens portugueses: uma bancarrota, um país falido e desemprego jovem nunca antes visto. A decência não pode prescrever. As novas gerações continuarão a combater por Justiça!", indicou a juventude partidária nas redes sociais, onde fez nota da ação.
E foram três as propostas que Juventude Popular, agora liderada por Francisco Camacho, deram a conhecer a Sócrates:
- "Alargamento do prazo de prescrição para 20 anos em crimes de corrupção;
- Maior investimento na capacidade, recursos e meios para a investigação criminal e aumento dos mecanismos de transparência;
- Proibir o exercício de cargos públicos para todos aqueles que cometam crimes de corrupção e tipificação do crime de ocultação de riqueza ou património".
Estas "propostas contra a corrupção" serão enviadas ao Presidente da República, ao Grupo Parlamentar centrista, aos órgãos do partido e ao Conselho Superior da Magistratura.
Recorde-se que Ivo Rosa determinou que o ex-primeiro-ministro será julgado por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos, juntamente com o seu amigo e empresário Carlos Santos Silva a quem o juiz deu como provado que corrompeu o antigo chefe de Governo, configurando um crime [corrupção ativa sem demonstração de ato concreto] que considerou prescrito.
Dos 28 arguidos do processo, foram pronunciados apenas cinco: o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, por três crimes de abuso de confiança o antigo ministro Armando Vara por lavagem de dinheiro e o ex-motorista de Sócrates João Perna por posse ilegal de arma.
Ficaram ilibados na fase de instrução, entre outros, os ex-líderes da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o empresário Helder Bataglia e o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca.
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