Líder do CDS diz que MAI "não pode continuar calado" sobre acidente

O presidente do CDS-PP considerou hoje que o ministro da Administração Interna "não pode continuar calado" sobre o acidente com o carro em que seguia, e acusou o gabinete de Eduardo Cabrita de mentir quanto à sinalização.

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Lusa
30/06/2021 20:43 ‧ 30/06/2021 por Lusa

Política

MAI

 

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"A responsabilidade do ministro Eduardo Cabrita aumenta por circular naquela viatura que provocou o acidente e aquela vítima mortal, e não diminui, porque o ministro Eduardo Cabrita é o responsável por garantir o cumprimento das regras do Código da Estrada, e há muitas perguntas que ainda estão sem resposta e o ministro não pode continuar calado", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.

Numa declaração aos jornalistas na sede do CDS-PP, em Lisboa, antes do início do Conselho Nacional, que se reúne por videoconferência, o líder centrista considerou que é necessário saber qual a velocidade a que circulava a viatura onde seguia o ministro, se os trabalhos na estrada "estavam efetivamente sinalizados", se algum "representante do Estado" esteve presente no funeral do trabalhador que foi atropelado, "se a família da vítima está a ser contactada pelo Ministério da Administração Interna" e se haverá lugar a uma indemnização.

"É urgente que Eduardo Cabrita politicamente dê estas explicações ao país para que não se sinta um quase generalizado entendimento de que a impunidade continua a ser reinante neste Governo e, na altura de assumir responsabilidades, ninguém fala, remete-se ao silêncio e o ministro esconde-se da vítima, dos seus familiares e dos portugueses", salientou.

O líder do CDS referiu também o facto de fonte da Brisa ter afirmado à comunicação social que os trabalhos de manutenção na autoestrada A6 na zona de Évora, em 18 de junho, estavam sinalizados quando aconteceu o acidente, esclarecimentos que diferem das explicações dadas pelo ministério, em comunicado, no dia seguinte.

De acordo com o ministério, não existia sinalização para alertar os condutores dos "trabalhos de limpeza em curso" na A6 quando a viatura do ministro atropelou mortalmente um trabalhador que atravessava a faixa de rodagem.

Considerando que o ministro Eduardo Cabrita "continua a desempenhar as suas funções como se nada tivesse acontecido", Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que "pior do que recusar das estas explicações à família da vítima e aos portugueses, mesmo quando convidado pelo senhor Presidente da República a fazê-lo, é o facto de o seu ministério ter mentido em comunicado sobre os factos desse mesmo acidente e ter imputado publicamente responsabilidades à vítima".

Hoje, ao lado do Presidente da República, o ministro da Administração Interna escusou-se hoje a comentar o acidente na autoestrada A6 que envolveu a viatura que o transportava.

Para o presidente do CDS-PP, o ministro tem de explicar "quem é o autor das mentiras que resultam deste comunicado, que já vieram ser desmentidas pela Brisa, nomeadamente quanto à sinalização dos trabalhos em curso".

"Tanto quanto é do conhecimento público, só existiam dois ocupantes daquela viatura que provocou o acidente, era o motorista e o ministro, portanto senhor ministro, qual dos dois está a mentir?", questionou o centrista.

Na segunda-feira, o presidente do CDS defendeu a demissão do ministro Eduardo Cabrita caso se apure que o carro que o transportava circulava em excesso de velocidade e hoje o grupo parlamentar centrista pediu explicações por escrito ao ministério.

Leia Também: Brisa desmente MAI e líder centrista volta a 'atacar' o ministro Cabrita

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